N ão ficará pedra (histórica) sobre pedra. O apetite voraz do imobiliário de luxo, ligado aos vistos Gold e às criptomoedas (a nova forma de lavar dinheiro), tão do agrado do nosso Albuquerque, vão arrasar a cidade em nome de um desenvolvimento cego que dá cabo daquilo que singulariza a nossa ainda linda cidade do Funchal.
Aconselhamos os funchalenses a tirarem fotos de tudo aquilo que considerem relevante em matéria de património arquitetónico da cidade para memória futuro. Calado e o seu “compagnon de route” Eduardo de sobrenome Jesus e por aí ficamos quanto à bondade da criatura, estão numa demanda de tudo facilitar para que o imobiliário de luxo avance sem obstáculos para os seus clientes estrangeiros endinheirados.
O último sacrificado nesta voragem empreendedora é a parcela de muralha da cidade que ainda restava na Rua Major Reis Gomes. Ali vai nascer mais um conjunto de apartamentos (16 ao todo) para “madeirense ver”. Um T2 poderá valer 500 mil euros. Ignorando a História da cidade, batizaram o prédio de edifício Major.
Saúda-se o empreendedorismo, mas acautele-se o património da cidade. Um e outro poderão ser preservados, haja um mínimo de respeito pela memória da cidade. Mas os empresários só fazem aquilo que os deixam fazer. E no caso de imóveis de interesse municipal ou regional antes de licenciar as obras convém ouvir os pareceres técnico de quem zela por estas questões do património (Direcção Regional da Cultura) e, a própria Câmara do Funchal, tem de se chegar à frente na defesa do seu património.
Recorde-se que esta secção da muralha foi declarada de interesse municipal por Miguel Albuquerque em julho de 2004, enquanto presidente do município do Funchal.
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades e o atual inquilino da capital é um “homem de negócios” com a cartilha do Avelino bem assimilada. Ele e o Eduardo do Turismo, porque a Cultura é para fazer tábua rasa, não vão deixar pedra sobre pedra no que se refere à salvaguarda do património. Peguem no telemóvel e fotografem tudo, porque da maneira que a coisa vai, daqui a uns tempos…
Para queridos não se fazem fact-checks:
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda, 4 de Dezembro de 2023
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