A RAM, vai perder 200 enfermeiros até 2030, dizem.
P artindo deste suposto acontecimento futuro, pergunta-se o que agora andamos a fazer para prevenir os efeitos nefastos deste previsível momento e para onde vão os novos formados? Já parece a situação de quantos mais luso descendentes entram mais a população diminui. Quanto mais dinheiro se esfuma, menos se emprega?
Uma pequena reflexão automaticamente nos conduz de que será preciso formar mais enfermeiros, de modo a substituir os que vão saindo com o tempo, mas também obriga-nos a refletir que mudanças serão necessárias para implementar, nomeadamente uma formação muito mais exigente mas em quantidade para colmatar as faltas. Foquemo-nos sobre os atuais problemas e na incapacidade de respostas tanto do SNS como do nosso SRS/RAM, que não são só um problema “de enfermeiros”.
A carreira de enfermagem está desatualizada, é atualmente anacrónica e só o facto de estarmos iniciando uma revolução tecnológica, na área da Inteligência Artificial, é condição obrigatória para nos preocuparmos com a formação básica, a tal licenciatura, que deve ser muito mais exigente. Pode-se até colocar a questão de não precisarmos de tantos enfermeiros, se aos enfermeiros lhes for exigido apenas que façam o seu trabalho e para o qual estão habilitados.
De uma vez por todas, as áreas da gestão na enfermagem devem ser completamente separadas, não se verifica necessidade de se exigir ao enfermeiro gestor, que seja especialista de “seja o que for”, mas apenas que seja “especialista habilitado” na área da gestão e administração de serviços de saúde, podendo numa estrutura publica ou privada chegar à Presidência do Conselho de Administração. Tal não me choca, mas hoje ainda choca a algumas mentes mesquinhas e mediáveis na saúde, me especial numa saúde doentiamente feudalizada e mercantilizada.
Aos enfermeiros, se lhes forem atribuídas responsabilidades intermédias na saúde, de gerir e administrar o funcionamento dos hospitais de dia, de chefiar serviços descentralizados, de internamento no domicílio, de coordenar serviços municipais de saúde, em rede, o sistema sofrerá uma evolução que será revolucionaria e, se a isto estivermos atentos ao futuro, com a participação do potencial da Inteligência Artificial, estamos perante um revolução a triplicar do que foi a Revolução Industrial.
Fica aqui uma pequena reflexão, não é nenhum problema sair os tais 200 enfermeiros, é problema sim o estado atual da enfermagem, do ensino, da formação e das suas responsabilidades, das competências que deveriam ter nos hospitais, onde hoje impera a indisciplina e a desorganização, onde uns aguentam as pontas que outros teimam em deixar soltas, agarrados a ordenados que não merecem.
Portanto, o Governo Regional que comece seriamente a pensar, não na refundação do SRS/RAM, mas sim num novo e moderno SRS, livre de feudos e oportunistas, que não o deixam funcionar.
Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 13 de Maio de 2023
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