Eduardo Jesus "sacode" a culpa para a gestão do território


C hamo antes de mais a atenção do leitor para o rodapé da imagem da RTP Madeira, em que a palavra serão é substituída por "seram". Sou do tempo em que os diários tinham uma classe profissional que era a dos revisores de textos, alguns deles professores de português em part-time., que reviam os textos dos jornalistas, repórteres e articulistas. Classe entretanto extinta pela progressiva estupidificação do ensino e pela sôfrega redução de custos.

Para quem paga impostos que sustentam esta televisão pública (ainda que dominada pelos oligarcas) e é sensível aos ataques à língua portuguesa (pré-acordo ortográfico "socretino"), este descuido é uma vergonha. Talvez fosse pertinente começarem a fazer provas de aferição em vez de atrapalharem os alunos.

Sobre a intervenção de Eduardo Jesus no Parlamento Regional, venho saudar antes de mais que os partidos da oposição atentos ao Correio da Madeira responderam ao repto aqui lançado, no sentido de não deixarem o secretário do Turismo "entrar mudo e sair calado", como sucedeu na discussão do (simulado) programa de governo (decidido em Lisboa com André Ventura).

Chamou-me a atenção duas situações:

1. Os equipamentos de medição do vento no aeroporto

Sendo a entidade que explora o aeroporto uma empresa privada, surge a dúvida de saber se estes equipamentos de medição serão adquiridos com o dinheiro dos contribuintes? Com que fundamento?

Se tal aquisição fica a cargo da própria entidade, por que razão quer Eduardo Jesus, como se diz na gíria, "cumprimentar com o chapéu alheio"?

Esta dúvida deveria ser esclarecida na discussão antes da votação final. Ou houvesse jornalistas com coragem para "ousar" perguntar... Não é verdade caro Carramanho?

E entretanto o aeroporto continua a ser um território à parte desta ilha, um domínio privado em relação ao qual os madeirenses não têm nenhuma palavra a dizer. Não bastava o monopólio marítimo e o energético, também temos o monopólio aéreo.

2. O Ordenamento do Território como desculpa utilizada por Eduardo Jesus

De acordo com o leitor das notícias na televisão (disfarçado de jornalista), segundo Eduardo Jesus o problema é a gestão do território e não de pessoas a mais.

A ser assim, Eduardo de Jesus, na ânsia de sacudir a água do capote, levanta uma guerra contra os 11 concelhos da Região, pois, se bem me lembro, o ordenamento do território será da competência autárquica. 

Quer comprar essa guerra ou os Municípios são menos importantes que os oligarcas? Mas 'não morda a mão que lhe deu de comer', atendendo aos ajustes directos que a Associação de Municípios da Madeira fizeram à ECAM, S.A., quando o ora 'consultor' Eduardo era Presidente do Conselho de Gerência/Administração...

Depois, seria interessante saber qual o conceito de «ordenamento do território» para Eduardo Jesus e o que terá este querido verdadeiramente dizer? Será que a assessoria de Eduardo tem disponíveis discursos sobre esta temática?... 

Mais: qual o estudo com que Eduardo Jesus se baseou para afirmar que o problema do Turismo está relacionado com o ordenamento territorial e não com pessoas a mais? 

Ou é apenas uma percepção pessoal? Neste caso, não se justifica pagar um salário a quem se baseia em percepções, não é verdade? Mais vale ir às 'tertúlias' «trim trim» com o Beto do Naval.

Este SROC, Secretário Revisor Oficial de Contas, sempre fundamentado com os números da estatística, decerto terá a suportar, o que ontem afirmou, algum documento de cientificidade suficiente para ser tão peremptório quanto às causas dos problemas do Turismo na Região. 

Já agora para terminar, sempre reconhece que há um problema?

É exasperante verificar uma 'oposição' que ouve uma barbaridade destas e nem sequer interpela o sujeito. Talvez fosse bom impor-se aos deputados a regra constitucional aplicada ao presidente da República: só podem ser eleitos cidadãos com idade igual ou superior a 35 anos. Sempre seriam mais uns aninhos de experiência de vida. Idem para assessores políticos.

P.S. - Se houver algum especialista ou licenciado/a em ordenamento do território, seria muito útil para todos saber-se um pouco mais desta temática. Na linha segundo a qual mais vale burro por um dia do que ignorante para toda a vida.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 18 de julho de 2024
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