H á um problema real que continua a ser empurrado para o silêncio. Fala-se muito — e bem — da proteção das mulheres vítimas. Mas cala-se, quase sempre, a realidade de homens que sofrem manipulação emocional, abuso psicológico, chantagem e falsas acusações. Este texto não é um ataque às mulheres. É uma denúncia clara e direta contra comportamentos abusivos praticados por algumas pessoas, que usam o sistema, o medo e o estigma como armas.
Por manipulação emocional entende-se, de forma concreta, o uso deliberado da culpa, da vitimização fingida, da ameaça e da mentira para controlar o outro. Isto existe. Acontece em relações íntimas, em bares, discotecas, contextos profissionais e familiares. Negar isto não é progresso; é cegueira.
O ponto de partida é simples e quase impossível de negar: há homens com vidas destruídas por acusações falsas ou desproporcionais, sem provas sólidas, sem contraditório eficaz, sem verdadeira presunção de inocência. Reputações arruinadas, carreiras perdidas, famílias destruídas. Tudo antes de qualquer sentença. Tudo no tribunal da opinião pública.
A estrutura do problema é política e institucional. Um sistema de justiça que decide pela emoção mediática e não pela prova torna-se injusto. Uma democracia que protege uns direitos enquanto ignora outros transforma-se numa democracia frágil, seletiva, quase autoritária. Justiça não pode ser automática, nem baseada no género. Tem de ser baseada em factos.
É aqui que a coerência falha, defender direitos humanos implica defender todos os humanos. Rawls falava de justiça como equidade; isso exige regras iguais, provas exigentes, investigação séria e decisões prudentes. Não há igualdade quando um grupo é considerado culpado à partida.
Este texto não nega crimes reais, nem desvaloriza vítimas verdadeiras. Pelo contrário: falsas acusações enfraquecem as vítimas reais, contaminam a confiança social e destroem a credibilidade do sistema. A verdade precisa de método, não de histeria.
A exigência é clara: mais rigor, mais prova, mais responsabilidade. Psicólogos, juristas e juízes não podem fechar os olhos por medo político. A justiça que não aceita ser testada não é justiça — é dogma.
Os homens também sofrem. Também são vítimas. Falar disto não é ódio; é coragem cívica. Em pleno século XXI, o tabu é o verdadeiro inimigo. Justiça sem tabus não é um slogan. É uma obrigação democrática.
