Os russos já podem ficar com a Madeira, a Poncha é de Vodka.


À pessoa preocupada com a Poncha (link), não se preocupe, o Eduardinho vai arranjar um prémio para as Ponchas falsificadas e tudo fica normalizado, ou melhor ainda, o madeirense vai ter poncha da boa a 20€ cada, para que fique a aguardente para os estrangeiros, vai resultar, como o aumento da água potável e de rega, portanto também dá para a bebida. Sonho com a extinção do madeirense, é possível e eles aceitam, esses "vermes" merecem ser expulsos da sua terra. Pelo menos é o que se vê, tanto erro, tanto ladrão, tanta selvajaria e tudo passa impune. Portanto as Ponchas falsificadas serão o padrão. O Governo não diz nada aos amigos e até arranjam um selo original, com aquele "gajo" que adora por autocolantes em tudo.

Falando um pouco mais a sério, estou de acordo com o escrito (link), o texto descreve vários sintomas clássicos da massificação do turismo, usando a poncha como caso exemplar, depois de tantos outros.

A bebida deixou de ser um ritual local e passa a ser um produto indiferenciado, feito para volume e rapidez. O gesto ancestral, os ingredientes locais e o saber-fazer são substituídos por soluções industriais que garantem custo baixo e velocidade de serviço, típico de economias orientadas para grandes fluxos turísticos. É a padronização e a perda de autenticidade. É aqui que os russos do imobiliário e da lavagem de dinheiro na Madeira poderiam reclamar o território, por haver russos e a "cultura" da vodka. Era tão bem feito, mas o madeirense aceitaria, acostumados como estão com a autocracia, levariam vergastada dos russos de bom grado.

Estou irritado, já não sei se falo a brincar ou a sério... mas a tradição é reduzida a marca ou rótulo comercial. O valor cultural da poncha é instrumentalizado para vender algo que apenas “parece” tradicional. Isto é um sintoma direto do turismo de massas, a cultura deixa de ser vivida e passa a ser explorada como decoração temática! E se a Poncha for servida em matrioskas?

Ao usar álcool importado, sumos industriais, etc, a cadeia económica regional é quebrada. Pequenos produtores de aguardente, mel e citrinos perdem espaço para fornecedores globais mais baratos, o que enfraquece a economia local, outro efeito típico da massificação. Portanto, ou a produção não chega ou as pessoas desistem perante produtos do exterior mais baratos... mais margem de lucro.

Não sei se já repararam num pormenor além da poncha, a prática fraudulenta torna-se regra para dar vazão, não exceção. A ARAE ou alguém no Governo vai tocar nos amigos do poder? No turismo de massas, a relação é impessoal, ninguém sente a "Madeira tão tua" ou a "Natureza à tua volta", vende-se a experiência “suficientemente boa” a quem não regressa ou não sabe distinguir. A confiança deixa de ser central. A ausência de controlo efetivo sugere complacência ou incapacidade das autoridades perante um setor económico dominante. Vão contra quem? A dupla do monopólio dos bares? Em contextos de turismo massificado, a prioridade política tende a ser “não incomodar o negócio”, mesmo à custa da lei, do património cultural, natural e os lóbis. É exatamente o que se passa na Madeira. Em vez de vermos a pressão sobre os infratores vemos a pressão sobre a fiscalização e captura institucional

O turista é tratado como alguém a quem se pode servir qualquer coisa, desde que corresponda à expectativa superficial. A experiência deixa de ser educativa ou cultural e passa a ser apenas transacional. Não é isto que a Madeira vende! "Isto não é a Madeira tão tua, isto é o erro e a burla do errante chamado eduardo Jesus a quem a comunicação social não toca e que resolve tudo com prémios. Não há awards da Poncha, mas se houver de vodka dá na mesma! Estamos na massificação, a transformação do consumidor em alvo, não em participante.

A massificação do turismo esvazia o significado, corrói a autenticidade, fragiliza economias locais e normaliza práticas abusivas, transformando tradições vivas em produtos falsificados para consumo rápido. A poncha surge apenas como sintoma visível de um problema estrutural mais amplo.

O Eduardo Jesus está a destruir tudo! A Madeira não comporta o turismo massificado, é um ERRO! INSUSTENTÁVEL!