Russos e americanos juntos contra os valores Europa


Wake up Europe! United we stand, divided we fall.

A Europa está no século XXI, a Rússia no século XX os Estados Unidos no século XIX, como não temos máquina do tempo para lhes emprestar, estas últimas querem o nosso retrocesso civilizacional para se sentirem. Dois países de armas que não se preocupam com as pessoas como a Europa querem pela força do imperialismo e da razão das armas nos destruir. Interessante esta posição americana, mas creio que mesmo que da próxima não elejam um doente mental narcisista os europeus não desaprenderão a lição. O que saiu da Segunda Guerra Mundial está enterrado, sigamos o nosso caminho, mantendo os valores e com força suficiente para nos protegermos.

A Europa, anda a ser rotulada por vozes externas como "decadente", "fraca" ou "politicamente correta demais", especialmente por líderes que defendem o isolacionismo e a intervenção política desabrida, tem a clareza de saber quem é e quais são os seus pilares inegociáveis.

Perante dois blocos geopolíticos que, com discursos belicistas, procuram puxar o continente para esferas de influência e confrontação, a Europa deve reafirmar o que a define: o primado dos valores sobre a força bruta, estamos no século XXI.

Não somos os Estados Unidos, com a sua vocação histórica de superpotência global e intervenção militar maciça. Também não somos a Rússia, que reitera um modelo imperialista e que tem usado o expansionismo e a guerra como ferramentas de política externa. O legado europeu não é o conflito, talvez por isso seja o pensamento de muitos para emigrar. É verdade que há ovelhas negras, mas não confundir a árvore coma floresta.

O que é verdadeiramente nosso, o que a Europa construiu sobre as cinzas de duas guerras mundiais, é precisamente a negação desse caminho. O projeto europeu nasceu como um mecanismo de paz e de integração económica e política, que tornou o conflito entre os seus membros não só impensável, mas logisticamente impossível. Somos paz e cooperação.

Em vez de depender do poder militar, o sistema europeu baseia-se no Estado de Direito, nas instituições supranacionais e na resolução de disputas através da negociação, do consenso e do Tribunal de Justiça. É a força da lei e das instituições, nunca dois homens tresloucados de séculos passados. Mas cá vamos nós, a mediocridade puxa sempre para baixo.

Contudo, nesta guerra onde o limite pode ser a vida de dois, há valores inegociáveis, perante o ruído de quem nos chama "fracos", a Europa deve responder com a exibição orgulhosa dos seus valores fundamentais. Penso que são quatro, se alguém pensar em mais que comente:

1 - Democracia Liberal, a força dos nossos líderes reside na legitimidade democrática e na fiscalização mútua, e não no culto da personalidade ou na concentração de poder. Na Rússia está instalada, nos Estados Unidos vão a caminho.

2 - Os Direitos Humanos e a dignidade, a proteção das minorias, a defesa das liberdades individuais e o acolhimento, mesmo que sob pressão, são sinais de uma sociedade civilizada, e não de uma sociedade "politicamente correta" e fraca. Não foram os Estados Unidos que cresceram com a emigração desde a Europa? Mas também do mundo. Que negação de tiro nos pés.

3 - O Multilateralismo, a Europa aposta na cooperação internacional e no reforço de organismos globais, recusando a lógica simplista de "amigo ou inimigo" e de "virar o bico ao prego" conforme as conveniências. Como ambos dos países de séculos passados para tentar desestabilizar.

4 - O Estado Social, que inveja, a preocupação com a coesão social, a sustentabilidade e a luta contra as desigualdades não é sinal de "decadência", mas sim de uma prioridade humana e de longo prazo. O ser humano em vez de belicismo, o ser humano em vez de terras e carne para canhão.

A Europa não será o peão no xadrez de ninguém. O nosso destino não está a ser traçado nem por Washington nem por Moscovo, mas sim pela nossa capacidade de autonomia estratégica, de nos defendermos, de agirmos segundo os nossos interesses e de continuarmos a ser uma luz de esperança e estabilidade num mundo cada vez mais volátil.

A Europa é o futuro da diplomacia, do desenvolvimento sustentável e da união na diversidade. Estes são os nossos valores. Este é o nosso bloco. Este é o nosso destino e há outros países com os mesmos valores no mundo, não precisamos de Rússia e Estados Unidos, têm o direito de viver no passado. 

Esqueci de dizer que a Madeira está perdida no tempo, não tem século, e a forma mais fácil de acordarem e se situarem no tempo e na conjuntura é cortar o dinheiro, uma guerra sem turistas talvez mostre o caminho. Em tempos houve um indivíduo que em campanha mandou prender outro e acabou preso, por isso não me arrisco a dizer o que fazer ao outro indivíduo que andou a copiar a Saúde americana para a Madeira e que perdeu os nossos dados pessoais, sabe-se lá para que inimigos. Também não me atrevo ao mesmo para aquele que deixa russos aqui a vegetar, um dia temos um apagão, até porque na Madeira só querem saber da Europa pelos subsídios, não pelos valores europeus. Quanto aos americanos que aqui chegam, era de lhes fazer psicotécnicos e análises de despistagem, era bom não importar a loucura.