A coragem de Miguel Pita do ADN


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É verdade que encaramos os dias como mais do mesmo e nós, afogados numa rotina de que não conseguimos sair por responsabilidade perante outros, algumas vezes maldosamente condicionados outras vezes em apoio dos nossos, enfiamos cabeça entre os ombros e suspiramos.

Em jornais cada vez mais virados para si mesmos, servindo os donos, o betão, o poder que os sustenta, as festas ... o pão e circo, percebemos que a informação na Madeira é maioritariamente tornada revista de vaidades e trivialidades. Preenchem folhas promovendo negócios dos seus e dos homologados pelo regime, mas há não informação na ilha da corrupção.

Hoje surpreendi-me com um ato de coragem, alguém que não permitiu a normalização da estupidez. Vindo de um partido é significativo quando muitos só procuram o voto fácil em mentes entorpecidas pelos eventos tornados notícia.

Alguns com altas responsabilidades na informação, em vez de informar saneiam também, como um certo partido, tudo o que incomoda o regime, não admite direitos de resposta, não impõe deontologia e pluralidade, agora organiza festas. O seu jornal tornou-se um acessório onde uma empresa que organiza eventos é o "core" e as notícias parte do pacote da propaganda e difusão dos eventos. Até parece concorrência ao seu escriba Cervejeiro. Mais um exemplo do que já é sobejamente conhecido como um momento alto, a viagem de Albuquerque à Venezuela. Desistiram do core das notícias.

O surpreende de Miguel Pita do ADN é que diz a verdade, não estou com isso a dizer que não o faça sempre, estou a dizer que teve coragem de mostrar como as cabeças andam todas toldadas. Está a Venezuela afogada em problemas com um ditador que perdeu em eleições, que nem sequer são livres, por larga margem em favor da oposição, há gente a sofrer e a sair do país, há perseguições e definham em mais um mandato ilícito e, a "malta de Caracas" e outras, acham que com uma festa marca a posição e trabalham para que se resolva o problema. A festa é um divertimento para os daqui que tiveram dinheiro para fugir e que o regime usa como forma de proximidade aos votos de que precisa. A festa é como o jornal onde a notícia é um acessório, as palavras de ordem na festa funcionam igual porque o que vale é o divertimento. Ou seja, estão bem casados uns para os outros, mas ambos a fugir da lucidez, da responsabilidade e do que poderiam fazer. Temos uma comunidade luso-descendente e um jornal com armas para lutar contra a ditadura na Venezuela, mas rejeitam o poder que têm na mão para se dedicar à festa. O CM que pegue nisso e mostre como se faz ...

A festa é um sucedâneo do ato eleitoral da Venezuela na Madeira, constataram no dia que muitos não puderam votar, o que fizeram antes? Foram à festa? Assim, é natural que a ditadura ganhe, há uma traição àqueles que na oposição na Venezuela dão a cara, lutam e são perseguidos pela democracia e por todos.

Por cá, é interessante perceber como no mesmo partido há nuances para além do Albuquerque/Correia, na informação há diferença entre quem se dedica à "festa" e os que ainda, nalguma área, são livres de praticar a informação.

Quanto aos luso-descendentes, ressalvo que há gente a trabalhar no duro, mas manchada por uma elite que se casou com o poder ditatorial daqui e que participa no "Pão e Circo" com o povo a sofrer... de ambos os lados. Como o mau se faz notar mais do que o bom, e mancha, aguardemos pela lucidez dos atos eleitorais.

Parabéns Miguel Pita.

Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 11 de Agosto de 2024
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