Esta juventude está perdida


S urpreendeu ver no Especial Informação da RTP Madeira que o convidado mais jovem fosse aquele com o espírito mais trancado e retrógrado. Quando da geração mais preparada e qualificada de sempre se esperava uma atitude mais arejada e crítica. Uma atitude mais desprendida, a olhar para o futuro com esperança.

O que se viu no programa foi um deputado de 30 anos, Bruno Melim, com um discurso de uma pessoa de 65 anos. Falou de tudo menos do assunto para o qual foi convidado. Falou de Pedrogão Grande, do Paulo Cafofo Presidente de Câmara do Funchal, da Câmara de Santa Cruz. Quis dar uma de "amigo dos bombeiros" ao sugerir destratamento da Câmara de Santa Cruz em relação a estes. Mas depressa foi engolido pelo seu próprio discurso quando, para desculpar as decisões políticas de Miguel Albuquerque e Pedro Ramos, responsabilizou os operacionais de terreno. Bruno Melim foi claro "As decisões políticas são tomadas com base nos técnicos". Querem ver agora que a culpa da inércia inicial no combate ao fogo é dos bombeiros e da proteção civil?

Bruno Melim foi ao programa da RTP que mais nenhum deputado do PSD queria ir. Engolido pela sua própria vaidade de aparecer. Pela sede de mediatismo não percebeu o "presente envenenado" que o PSD lhe deu. Foi corajoso e deu o corpo às balas pelo PSD, dirão alguns. Diz-nos a história que a coragem e a vaidade andam muitas vezes de mãos dadas. Podem é distorcer o discernimento do Homem.

Ser empregado da política obriga a uma "disponibilidade" permanente. "Estou sempre disponível", disse uma vez. E uma disponibilidade contra a própria consciência. Isto para continuar a acreditar que a nova classe política da Madeira não é amoral nem insensata.

Bruno Melim não foi capaz de ser frontal nem assumir nenhuma posição no programa. Para além de assumir uma posição de desresponsabilização do Governo Regional perante o sucedido. O que choca para alguém tão novo e formado. Afinal a culpa da abordagem inicial ao fogo é dos operacionais que disseram ao Governo Regional que não eram precisos mais meios? A culpa é dos bombeiros? 

Menos grave, mas digno igualmente de registo, foi a incoerência no discurso. Bruno Melim acusou o PS e Paulo Cafofo de não andarem no terreno. Ou de andarem tarde. Um ataque muito infeliz no dia em que o Presidente do Governo, esse sim com mais responsabilidades do que qualquer deputado do PS, foi para a praia do Porto Santo passar férias. Mas sobre a ausência de Miguel Albuquerque do terreno Bruno Melim não fez nenhum comentário. Que seja o sinal de algum resquício de razoabilidade. Nem tudo está perdido.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 20 de Agosto de 2024
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