N o início da década de 30, do século passado, abriu uma mercearia e bar na Rua Imperatriz Dona Amélia, que ficou muito famosa pelo seu Whisky à Portuguesa entre outras especialidades locais. Um dos mais ilustres visitantes foi o próprio Winston Churchill que teve curiosidade em provar essa tal combinação. O Buraco na Parede ficou na memória e na história local.
Descendo a ingreme rua a caminho do Porto do Funchal chegamos a uma rotunda, talvez a mais mal cheirosa das rotundas. Isso deve-se à ETAR que lá se encontra. Mas a curiosidade desta centralidade do Funchal, como algumas entidades públicas a designam, é o facto de lá estar o BURACO NA ROCHA (antigo cais do carvão, no final do séc. XIX, com rampa direta ao mar, para abastecer os barcos que por cá passavam). O que está previsto para lá, é meter à força da ‘’engenharia do betão’’, uma sala de concertos.
No projeto prevê-se estacionamento para 120 carros, ou seja, cavar bem fundo até chegar à água. Isto já aconteceu no Dolce Vita, ainda por cima, numa cota mais elevada. Esta zona barulhenta de dia e de noite contando com a saída do Porto do Funchal, o túnel de acesso à via rápida, não é o melhor local para colocar a nossa orquestra.
Falam em isolamento. Não há isolamento do som e ruído total. O que existe são orçamentos a peso de ouro! Deixar de ouvir o que se passa fora do edifício não elimina a Vibração! Essa existirá sempre! Falem com os Engenheiros da Ordem dos Engenheiros e não com os engenheiros da ‘’Ordem dos Netos’’.
A Orquestra tem feito um bom percurso. Toca regularmente com casa cheia no Centro de Congressos, no Teatro Municipal, na Assembleia Regional e em pequeno formato no Hotel Reid’s Palace, no Hotel Savoy, entre outros espaços. Parabéns pelo trabalho artístico!
Esta rotunda não é nada musical. Não vos serve. Não dignifica a nossa cidade meter ali um projeto arquitetónico que está bem no ‘’computador’’ e na imagem que se vende, mas que acaba de levar o chumbo da União Europeia. A Europa acabou de cortar 40 milhões de euros a esta aventura. Foi fotografia de capa, do Diário de Notícias da Madeira, na semana passada.
Espero que ponderem. Decidam, em nome de todos, uma outra solução. Não queremos mais marinas do Lugar de Baixo. Espero também que não se corte noutros programas: Habitação, Saúde, Ambiente, Educação e Cultura para fazer esta Sydney Opera House, quando aquilo que lá está é apenas - um BURACO NA ROCHA.
Cumprimentos ao Churchill!
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