“Meus caros madeirenses,
Hoje é um daqueles dias em que uma pessoa percebe que a política é como um jogo de cartas na Poncha's Night: às vezes ganhamos, outras vezes… bem, outras vezes damos por nós a considerar seriamente se não seria melhor dedicar-nos à jardinagem.
É com este espírito, leve, honesto e talvez um pouco envergonhado, que vos comunico que decidi pôr fim ao meu mandato como Presidente do Governo Regional da Madeira.
Não, não fui forçado. Não, não fui empurrado. Foi uma decisão minha, com plena consciência de que:
- Mais vale sair pelo próprio pé do que ser convidado a sair com pulseira eletrónica;
- 2. Prefiro mil vezes ser recordado como “aquele presidente que saiu a tempo” do que como “aquele que arrastou o bom nome da Madeira pelas escadarias dos tribunais”;
- 3. E francamente… já estava farto disto.
Meus amigos, a política mudou. Antes bastava um bom discurso, uma lapela florida e um sorriso bem ensaiado. Hoje temos redes sociais, memes, hashtags e jornalistas que parecem ter feito estágio na Netflix. E eu, sinceramente, não tenho tempo nem paciência para virar protagonista de uma novela judicial com temporadas intermináveis.
Por isso saio agora, com alguma dignidade, algum humor e, vá, um ou dois processos, mas com a cabeça levantada e a certeza de que poderei, finalmente, passar mais tempo com a família, ou pelo menos com o cão, que não me faz perguntas embaraçosas.
A todos os madeirenses, um obrigado sincero. Continuem a amar esta terra maravilhosa, a brindar à vida, e a desconfiar sempre dos políticos, um conselho que agora dou com conhecimento de causa.
Viva a Madeira!
Viva a liberdade!
E já agora: viva quem sabe sair a tempo!”
Era muito bom que fosse verdade, não era?
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