Temos que "resolver" o turismo massivo.


E spanta-me a passividade de um povo ilheu que se deixou iludir pelo turismo massivo , um turismo desenfreado, sem regras e controlo. Um governo sem rumo a encher os bolsos dos empresários amigos e a destruir a pouca agricultura regional para a construção desenfreada destruindo as vinhas e as bananeiras em nome do (progresso) preços para estrangeiros. O povo que quer construir uma  casa para constituir família nao consegue comprar.  

Um desgoverno que aconselha os seus cidadãos  a andar de autocarro e a deixar o carro em casa mas não limita a entrada de veículos na região para as rent-a-car, (uma média de 200 carros por semana a entrar na região).

As campanhas apelativas dos autocarros de transportes públicos e slogans são puro cinismo, mas porque razão o madeirense que paga impostos é incentivado a usar os transportes públicos, enquanto o turista é incentivado a alugar um carro?

Afinal, quais são os interesses que que estão a ser protegidos? Há que haver consciência e responsabilidade dos governantes para que seja justo para ambas as partes.

Se um autocarro de turismo leva 50 ou 60 passageiros, acho que substitui cerca de 30 carros de rent-a-car e é acompanhado com pessoas credenciadas e divulgadoras do nosso património e cultura, orientam os turistas a boas práticas que na terra deles respeitam e aqui não.

O trânsito está uma loucura porque não temos estradas para tantos carros.

Porque não limitar as rent-a-car e possibilitar transportes públicos por toda a região com um passe para turistas a um preço acessível?

Será que um ferry não resolvia parte do problema? Muitos continentais e não só, traziam o seu próprio veículo levando no regresso.

Os pontos turísticos já parecem o arraial do Monte, gente em cima de gente sem controlo, sem saneamento básico, não estamos preparados para tanta gente. Não temos WC nos pontos estratégicos, as nossas serras já parecem um campo de guerra (minas castanhas acompanhadas por bandeiras brancas), pavimentos destruídos, que não foram construídos para tanto movimento pedernal. Há que parar enquanto é tempo para estruturar e planear um turismo mais selecionado e sustentável, é urgente limitar os alojamentos locais.

Temos espelhos, por exemplo nas ilhas Baleares, Espanha, as cidades estavam a ficar sem residentes porque não podiam pagar os exagerados preços que o turista paga. Acabaram com o alojamento local nas cidades, só é permitido em vivendas.

Acordem dessa ilusão, parem para pensar, ao continuar assim vamos bater no fundo e já não há volta a dar.