E spero que a atitude dos Portos da Madeira, em dar nome de Virgílio Teixeira a um raro e pouco digno arruamento em seu território, não seja um acto político, talvez a pedido de algum ignóbil que vive para a política mas não para o respeito dos valores madeirenses. Trocar nomes com lugares é vulgar na Renovação, por muita polémica que levante com os fanáticos do futebol, o nosso aeroporto não se deveria chamar Cristiano Ronaldo, e não me importa os exemplos de fora, eles também falham e têm políticos populistas.
Os familiares de Virgílio Teixeira têm que se mostrar agradecidos em constrangimento mas eu cidadão posso ter outra postura e me manifestar a bem da realidade. Lugares, sítios, becos e travessas pode-se dar nome de realidades da Madeira no decorrer da sua história. Arruamentos principais, praças e avenidas para destacados cidadãos.
É natural que exista uma lista de espera de pessoas que merecem este destaque para que, a título póstumo dêem o seu nome a praças ou itinerários da rede viária. Como as novas vias não surgem amiúde há que esperar, tanto que depois é um problema escolher.
Isto que se passou no arruamento dos Portos da Madeira foi uma canalhice e abate um nome da lista, a menos que se chegue ao caricato de usar o mesmo nome, na mesma cidade, duas vezes para fazer confusão, casos existem. Felizmente, os mais conscientes já mandaram as suas bocas pertinentes e com razão, pelas redes sociais. O novo arruamento dos Portos da Madeira deveria ter o nome de algo conexo com a actividade, nem sequer de outra pessoa ligada a área.
Lamentavelmente, o Virgílio Teixeira deveria ter seu nome ligado a um museu do filme mas não temos tradição para ter espólio, a não ser usar um sucedâneo como o Arquivo Regional mas, nada liga e as fotografias têm "dono". Como não temos tradição na área em que se destacou, o Virgílio Teixeira apresenta-se como caso isolado. Simplesmente merecia o nome num lugar digno.
Iniciou a carreira em 1943 com a participação em “Ave de Arribação”, em Portugal, e “Magdalena Cero en Conducta”, em Espanha. Participou em 92 produções, 150 programas de televisão e duas peças de teatro nestes dois países e nos Estados Unidos. Contracenou com Amália Rodrigues em “O Fado - História de uma Cantadeira”, filme de Perdigão Queiroga (1947) e, com Yul Brynner, em “O regresso dos sete magníficos” (1966). Foi eleito pelo PSD vereador para o pelouro da cultura na câmara do Funchal, no mandato 1980-83. A 3 de agosto de 1983, foi agraciado com o grau de Oficial da Ordem do Infante D. Henrique. Atuou no cinema nas décadas de 40, 50 e 60 do século XX. Nos anos 40 participou, como galã, em Portugal, de diversos filmes, mudando-se para Hollywood na década seguinte.
· Ave de Arribação (1943)
· O Costa do Castelo (1943)
· Um Homem às Direitas (1944)
· Madalena... Zero em Comportamento (1944)
· A Noiva do Brasil (1945)
· José do Telhado (1945)
· Cais do Sodré (1946)
· A Mantilha de Beatriz (1946)
· Ladrão, Precisa-se!... (1946)
· Três Espelhos (1947)
· Rainha Santa (1947)
· Fado, História d'uma Cantadeira (1947)
· Amanhã Como Hoje (1948)
· Uma Vida para Dois (1948)
· Ribatejo (1949)
· Heróis do Mar (1949)
· A Volta de José do Telhado (1949)
· Nazaré (1952)
· Parabéns, Senhor Vicente! (1954)
· Perdeu-se um Marido (1956)
· Dois Dias no Paraíso (1957)
· Passagem de Nível (1965)
· A Voz do Sangue (1966)
· O Crime de Simão Bolandas (1984)
· A Mulher do Próximo (1988)
· Eternidade (1992)
· Vertigem (1992)
· As Memórias Que Nunca Se Apagam (2010)
Com este exemplo dado por esta nova geração do PSD-M, espero estar vivo para ver algum deles dar seu nome a uma ETAR, um centro de triagem de lixo ou de compostagem, mas perfeito mesmo seria numa produção de cannabis medicinal no Porto Santo.
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 20 de Novembro de 2020 15:12
Todos os elementos enviados pelo autor. Imagens e filme adicionados pelo CM.
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