Q uanto mais se sofre realmente, maior é o silêncio, maior é a vergonha, a solidão, a vontade de não estar presente porque nada disto diz alguma coisa. O mundo perde significado, o nosso pequeno mundo. Em seu lugar apresentam-se outros que, sem vergonha, exibem-se e reclamam atenção de uma forma interesseira com um sofrimento que não têm, com segundas intenções. Nesta terra de Segurança Social Política, a pedido ou de exibicionismo, os serviços passam ao lado. Há muito que os serviços regionais perderam-se, não têm foco ou estratégia, é aí que se abre o espaço a "quem não chora não mama".
Temos na vigência desta pandemia o agudizar de casos do foro da Saúde Mental e da Pobreza que ninguém atende. Se aqueles que andam pelo Funchal não são atendidos, apesar de tão visíveis, serão os outros discretos sinalizados? Não. Como, se o Serviço Regional de Saúde estava mal e agora desligou-se? É uma vergonha o deserto nalguns centros de saúde e as consultas por telefone, caramba, a Saúde tornou-se mercantilista. As pessoas "auto-consultam-se" e "auto-medicam-se" para haver mais tempo para a privada, mantendo o vínculo púbico que vai pingando? As nossas fichas abrem-se desde onde?
Vejo tanta confusão e uns ávidos pelo dinheiro da bazuca, fazem-se ao piso da maneira que for preciso para ludibriar, tal como os falsos sofredores e os falsos moralistas. A bazuca chama-se Plano de Recuperação e Resiliência mas não deve ser na Madeira. Por cá não existe planos para as diversas áreas da Saúde, não existe Segurança Social idónea que ajude de facto, ninguém é elegível mas depois aparecem alguns que conseguem benesses por chamadas telefónicas, a mesma estratégia da Saúde mercantilista.
Terra de anónimos sofredores e falsos falantes, foi a Autonomia que se construiu.
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 15 de Dezembro de 2021
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