A descaracterização da Madeira


A Laurissilva é o único legado intacto do passado que nos resta e foi reconhecida pela UNESCO. Atentar com obras é um sintoma de estupidez mas que se insere na lógica onde toda a região sai descaracterizada. A Madeira como destino turístico vende natureza e paisagens (veem outro tipo de cartaz?), eventos, tradições, usos e costumes, culinária e bebidas, se bem aproveitada, história, enquanto primeira escala das Descobertas deveria apresentar arquitetura. O que faltou na Madeira de praias compensou com o Porto Santo. Um destino turístico vende cultura, descanso e lazer. Estamos de acordo?

Estamos a destruir a Paisagem porque temos um construtor que é o verdadeiro Presidente do GR, tanto deste Governo como dos outros de Jardim. Podem rugir como leões mas foram e são paus mandados dos monopólios, sobretudo da construtora. Temos um orçamento regional e ainda eventualmente uma Lei de Meios e PRR que só comportam o desenvolvimento edificado e não o social. O social acaba numa aposta no conhecimento e na cultura. O resultado está à vista. Sem gente com a matriz da Madeira nunca juntaremos a paisagem. Quem chega quer negócios à louca, não quer saber dos valores que fazem a Madeira destino turístico, são descendentes sem matriz para entender.

Por mais solidariedade que tenhamos, se os luso-descendentes não se integrarem em vez de ostentarem a força do poder, continuaremos a substituir cultura, usos, costumes, culinária e bebidas por outros importados, com nomes de estabelecimentos que não conseguem usar o português, assim como mostram a sua arrogância de imposição quando não falam português em território nacional para nada, nem em serviços públicos onde são beneficiados. Tudo para que depois votem bem. Vão somando a descaracterização, parece a situação dos emigrantes que vencerão na Europa pela quantidade e velocidade com que se reproduzem na Europa, é outra guerra e não xenofobia. Será que não há nascimentos nos locais pelas mesmas razões que existem na Madeira, os retornados e estrangeiros são mais apoiados quando temos fraco poder de compra, alto custo de vida e finalmente só se constrói para ricos e Alojamento Local. Não há rendimento para viver na Madeira. É natural porque o GR não governa para todos os madeirenses.

Hotelaria. Nada é ao caso, antes tínhamos o acolhedor, jardins públicos cuidados, varandas de urze, culinária regional (que deveria estar certificada), uma quantidade adequada de estabelecimentos turísticos integrados no meio, usando as quintas madeirenses, o hotel q.b., o empedrado nos caminhos regionais que deveriam ser mantidos nas imediações das atrações turísticas, as hortências circunscritas às bermas dos nossos caminhos, disseram que eram infestantes mas não têm capacidade de propagação, foram abatidas e as nossas estradas ficaram lindas com erva e alcatrão, etc. A Madeira deixou de ser humanizada e cuidada nos mais recônditos cantos, era uma das nossas marcas. Agora nem há jardineiros ... Esta descrição seria longa, temos o suficiente para saber que dela resultou o turismo de qualidade, feito com tempo para todos, sem bichas, muitas vezes havia gorjeta. Vivíamos um saber nórdico que por alguma razão se desenvolveram em harmonia.

Chegaram os sabichões. Como sempre, quanto mais estúpido mais arrogante. Até o bom senso emigrou, os donos da Madeira não querem saber e mostram como se pode construir uma aberração como o Savoy e ajoelhar toda a gente a dizer bem. Conseguem betonar toda a ilha e ninguém abre a boca porque os senhores, estejam eles a "obrar" ou "sanitar", têm salvo-conduto. Um extenso poder silência porque atenta contra a mais elementar dignidade do ser humano.

Cultura. Tudo se gere pelo prisma "se é dos nossos", do PSD, é bom, porque enquanto Povo Superior, o resto é desprezível. Temos uma infestação política em todas as áreas que não se desenvolvem naturalmente. Ninguém vive decentemente de cultura na Madeira, é lugar pequeno e com mais esta xenofobia cultural só pode haver emigração. O pimba vende e invade o Parlamento, como entretenimento das massas alheadas, todos se conjuntam em maioria, os patos bravos desrespeitadores, o poder, o jornalismo e o "mirês" para manter o poder. A necessidade e a quantidade mata. Existem artistas de primeira que viajam de comitiva e outros que nem são de segunda, porque mais uma vez só a cultura do PSD é boa e mais depressa se satisfaz o voto ...

O que vem um turista iludido ver? História e paisagem ou atualidade? A miséria humana? Porquê sair do seu país? Quanto mais cultura houver nos países emissores de turismo mais crescerá a ideia de que a primeira escolha não é a Madeira, apesar do potencial histórico. O passa palavra vai narrar a realidade, é um favor da massificação. Não deve ser estranho, mesmo com a Covid e mais voos, que o turismo nacional tenha passado para cimeiro e a tendência continuará porque nós mudamos, massificamos e agora a guerra e a crise fará o resto da "desacostumação" e fidelidade à Madeira. 

O nosso turismo não vai acertar passo com o pior secretário do Turismo que já tivemos mas que compensa com propaganda que faz e que recebe do Diário de Notícias. Incapaz de ver as lacunas ou de tocar num indivíduo que faz mal à Madeira. Só não merece crítica porque paga com muita publicidade e com sinergias que os nossos jornalistas gostam, classe em total descrédito devido aos mesmos oligarcas que dão cabo da Madeira e empurram os governantes a descaracterizá-la. Afinal a quem responde o jornalismo?

Por último, e porque vou longo, dizer que o PSD-M através do GR fez nascer a xenofobia através da divisão dos madeirenses que acham que este partido é o melhor para governar e os outros que não têm a mesma opinião. Dentro do próprio partido há divisões e se divide ainda os madeirenses para reinar, estamos a importar notícias para não dar as nossas quando não estamos bem, de novo negócio.

Um pormenor, com fundos disponíveis não zelamos pelo nosso património histórico que nos torna singulares, principal razão de muitas opções no turismo, na mesma dimensão da falta de obra social para que a massa cinzenta parta e para que, aqueles que ficam, nunca saibam o valor das coisas em vez de só fazerem política!

Tudo isto e muito mais, só pode ser dito no CM em anonimato para os capangas que fazem a homologação da verdade não nos chatearem, tudo foi comprado para manter o poder que nos destrói. Quem me dera viver para ler como vão historiar este tempo, se vão aparecer outros mais como os "calhamaços das contas" de Jardim, quando todos os dias, através do jornalismo, consumimos propaganda e não notícias e factos.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 24 de Outubro de 2022
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