Gás: vem aí o "General Inverno"


P ara os que desconhecem, a personificação do General Inverno não é mais do que os 5 meses de Inverno russo entre Novembro e Março. Um grande aliado contra as invasões Napoleónicas, dos Nazis e de outras guerras ainda mais antigas quando os suecos não eram tão pacíficos. Ironia do destino, com todas estas provas de que com o General Inverno não se brinca, os russos estão como invasores às portas do Inverno.

Mas o que me traz à vossa companhia é o facto de reclamarmos dos custos dos produtos, sobretudo supermercados e combustível, mas ainda assim pensarmos que a guerra é lá longe e andarmos impreparados. Não temos atitudes preventivas. Isto anda tudo literalmente ao contrário, não somos solidários e quando somos é no pior momento. Andamos de costas voltas à Europa.

Parece que a guerra para nós vai começar a ser mais do que festa e alheamento, o Inverno está à porta, parece que vai haver uma vaga de atentados na Europa que começam a fechar países do espaço Schengen. Parece premeditado pelo senhor Putin para que a Opinião Pública europeia se farte. Cuidado, a nossa forma de vida está em causa, não cedam.

Mas Portugal que poderia ter tudo mais caro mas a funcionar, recebeu nas últimas horas a informação de que as Alterações Climáticas também são aliadas de Putin e, as chuvas torrenciais na Nigéria, principal fornecedor de gás (LNG), estão a condicionar fortemente a produção, o que vai provocar falhas nas entregas que dizem ser uma "redução substancial". A Nigéria fornece mais de 50% do gás consumido em Portugal, seguido dos Estados Unidos com mas de 28%. Não poderia ter calhado em pior altura com diversos países europeus a querer substituir o gás russo e diversificar os fornecedores. Este gás que vem para Portugal é entregue a cerca de 1,5 milhões de clientes e neles estão áreas como a indústria e as centrais elétricas. É aqui que o madeirense acorda.

Nós (Portugal) estávamos bem com um fornecedor fiável (Nigéria), sendo a GALP um dos 10 compradores com contratos de longo prazo. Entramos portanto na "guerra" do gás, apesar do nosso governo querer acalmar perante o facto da Nigéria ter emitido uma declaração de “força maior”, avisando para as perturbações no fornecimento de gás LNG, devido a cheias que inundaram zonas de extração e que paralisaram as operações. Para quem ache teoria da conspiração, as cheias são factuais. Para terem uma ideia, até ao final do mês a previsão é de contínua tempestade.


O aviso da Nigéria é sério, as previsões não ajudam e já têm 1,4 milhões de deslocados. Quando as tempestades acalmarem há lugar à demora da percolação da água e recuperação das instalações de extração de gás. A duração deste problema não está ainda estimado e Portugal tem capacidade de armazenamento para algumas semanas. É certo que o país terá de ir a outros fornecedores mais caros e imputar os custos ao consumidor. O cliente doméstico terá os preços inalterados pelo menos até ao fim do ano. Depois logo se vê com este problema nigeriano.

Um olho na guerra e outro na Nigéria. Bem vindo à economia de guerra, não pelo preço do produto mas pela falta dele.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 17 de Outubro de 2022
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