Q uando o Governo Regional estava apostado num hotel no Cais Norte, para o amigo Pestana, os navios de cruzeiro foram rebaixados como desinteressantes para o mercado regional, não deixavam dinheiro. O trabalho sujo passou aos jornalistas que tentaram coadjuvar para além do Presidente algum amigo bem tachado dos muitos que sopram asneiras.
Era difícil entender tamanha mentira quando, pela manhã, em dia de navios, começamos pelas taxas que pagam para encostar ao cais ou fundear, mas também víamos tantos autocarros para excursões, frutas e legumes (algumas vezes), transferes, táxis, excursões, noites típicas, movimento aéreo, entradas em museus, quintas, teleféricos, etc; alguma compra no comércio de souvenirs mas muito mais em supermercados, esplanadas, lojas de eletrodomésticos (sobretudo tripulantes), transportes, etc. Tudo isto é visto por quem trabalha e vai à Pontinha. É um consumo medonho e, quando se tornar possível alimentar os navios com energia elétrica, enquanto estão no porto, será outra "mina".
Veio o erro da Lota e os promotores voltaram a dizer mal dos cruzeiros. Também gozaram da segunda rampa para o ferry no seu lugar. Aí é que seria multiplicar muito mais do que a Lota que poderia estar noutro local.
Mas, acontecem episódios que dão perna curta a mentira. O Governo é um catavento segundo o interesse do momento. Os números nunca são ditos abertamente, na pandemia a APRAM lamentava-se que perdia 8 milhões de euros em 2 meses sem navios, ao que junta a despesa no porto por passageiros e tripulantes. Depois veio o mini terminal de passageiros da "Playmobil" para nos gozarem na cara ... com o outro ao lado para bares e hotel. Era preciso apoio aos passageiros e aí os cruzeiros voltaram a ser rentáveis para a obra.
Atalhando para o artigo não vos maçar, a 12 de Setembro de 2020 o DN-M anunciava um investimento de 6 milhões do GR e, porque eram obras para amigos, Albuquerque justificou que traria um retorno de 50 milhões, que descuido, não sabemos em quanto tempo mas afinal dava dinheiro! Já verá na conclusão...
A 23 de Março de 2021, num plenário da ALR, Pedro Calado (VP) descobriu que os cruzeiros davam muito dinheiro à região mas, durante todo este tempo, nos dois mandatos de Miguel Albuquerque, fizeram tudo para afastá-los da Madeira e conseguiram! Fechar o porto e banir navios no início na pandemia foi terrível e lá tiveram que correr atrás da asneira, sem que ninguém ajudasse. Canárias levou tudo!
A 26 de Julho de 2021, o JM descobria que o porto perdia milhões sem cruzeiros, porque toda a estrutura prestadora de serviços e fornecimento de bens estava a morrer. Um outro prisma. Pode-se concluir que os portos só dão muito dinheiro para adjudicar obras marítimas, um péssimo negócio para infiltrar amigos no porto, e volta a ser muito rentável para a prestação de serviços e fornecimento de produtos.
De repente e perante a catástrofe da APRAM durante a pandemia (não se esperava mais porque as administrações têm vindo a pique na qualidade e conhecimentos) houve necessidade de promovê-la e agora, com pouco esforço, estão a ver no expediente da APRAM, nas escalas dos navios, a se tornarem notícia de página completa para intoxicar os leitores com "sucesso". Afinal é um simples movimento de mudança de temporada tal como o Verão está às moscas. Que a moda não pegue com aviões! Ainda bem que está privatizado/concessão. Os jornais estão a vender sucesso com expediente.
Conclui-se, que para além das despesas dos navios no porto, o valor deixado por cruzeiristas na Madeira é em média 63€ (link) e, se tomarmos por exemplo um ano "normal", como 2019 (link), percebemos que Miguel Albuquerque, que tanta terra deitou sobre os cruzeiros para beneficiar os seus amigos, era dos poucos que sabia que os 50 milhões de que falava era por ano só de passageiros e tripulantes. Comprovadamente, Miguel Albuquerque é um mentiroso seletivo. Goza e aldraba os eleitores, os jornalistas são assessores e divulgam as fake news, as notícias são parcelares e nunca relacionam.
Perspetiva-se dois momentos "catavento" no futuro, os portos da Madeira são altamente rentáveis para ampliar a "Pontinha" e as contas são uma desgraça e é preferível privatizar, depois de todas as obras feitas e os quadros saneados, ... ao de sempre.
Nota: quando é que desmancham os 3 milhões de manga de acesso aos navios que não serviu e deitam abaixo, a bem da paisagem, os Jardins Suspensos da APRAM, para um lado e outro do terminal que aloja funcionários públicos, a bem da paisagem livre sobre a cidade para os madeirenses usufruírem. Já agora, levem um tal de Rui Lopes que roubou o porto aos madeirenses!
Tudo isto é legitimado pelo voto, a sondagem já aprova.
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