Da "subsídio-dependência"


Caros resistentes do CM, saúdo-vos!

Hoje escrevo sobre este assunto, a "subsídio-dependência".

A ntes de mais, de referir que este termo, por si só e logo de partida, nega a dignidade e o positivismo, dando azo a tudo o que seja negativo. Negam tudo, até as concepções e definições científicas e o seu fundamento. De onde provém este termo? Do espectro político mais à direita, claro - do fascismo.

Posto isto, debrucemo-nos.

Nesta chafurda, encontramos o espectro da violência. Às aranhas anda o pobre sem saber quem o maltrata, apanha com violência de todos os lados. Como descarrega? Em cima do miserável que leva umas migalhas.

Esse é o propósito da integração do pobre (cada vez mais são pobres) nesta sociedade violenta: há sempre um miserável para onde direccionar a violência que surge, em cascata, de cima.

Levam o pobre a discutir migalhas para que ele não veja quem leva a grande maioria do pão, levam-no a discutir chouriços quando pelas costas levam porcos inteiros.

Não têm consciência de classe nem tão-pouco conhecem a luta de classes, a guerra de classes. Os da classe dominante, o capitalismo internacional, sabem e até afirmam: estamos a ganhar a luta de classes. Aqueles que mais teriam a ganhar com este conhecimento são precisamente aqueles que nada sabem disso: a classe trabalhadora, que tudo produz.

O que os leva a agirem contra a própria classe. Dividir para reinar! Nem têm consciência de como isso lhes afecta, em efeito boomerang, nem vêm a causa de tudo isto: a desvalorização do trabalho e de quem depende do salário para viver.

Posto isto, muito se desenrola.

Até surgem uns iluminados, que influenciam o pensamento dos pobres iletrados, que dizem que os beneficiários de prestações sociais deveriam prestar trabalho, como dever associado ao direito a tal prestação social. Ora, a prestação de trabalho é proibida como contrapartida duma prestação social. Porquê? Porque isso significa a criação de uma nova relação laboral, a escravatura.

Claro que não têm noção do materialismo dialéctico nem da análise ao capitalismo. Decorre do capitalismo que os custos de produção são sempre reduzidos ao longo do tempo, incluindo os salários, o factor variável. Os juros, rendas e lucros são fixos, só se pondo em causa em ultíssima análise.

Daí, o que faria o capitalismo com esta nova relação laboral (a escravatura), que levou muito tempo e mortes para encerrá-la na caixa da história? Seria a abertura da caixa de Pandora. 

Conclusão: os vosso netos não seriam trabalhadores mas sim escravos. As outras relações laborais (trabalho por conta doutrem, trabalho por conta própria) desapareceriam, motivado também por outros factores como o aumento da desigualdade, motivado pela maior concentração de riqueza e poder na mão dos 1% mundiais.

Claro que os pobres não têm noção disto. Porque da aplicação do liberalismo resulta a liberdade para o capital, em detrimento da liberdade para o povo. Esse aumento da liberdade para o capital vai aumentar o principal desequilíbrio macroeconómico de qualquer modelo capitalista: a desigualdade, a catalisadora de toda a destruição (social, económica, ambiental, etc).

Com o aumento da desigualdade cada vez mais pessoas estão a lutar pela sobrevivência. Consequências? A inteligência reduz-se e o sentimento de revolta aumenta (está comprovado cientificamente). Acham que as classes dominantes não sabem disto? Sabem. Tanto que, sabendo que estas circunstâncias poderiam levar a uma revolução que fizesse com que as classes dominantes caíssem, eles mesmos têm que evitar isso.

Daí o fascismo, é o braço armado do capitalismo, que surge quando o mesmo falha a toda a linha, para manter o privilégio e poder dessa minoria dominante. Vejam quem financiou Hitler, vejam quem financia esses loucos Trump, Bolsonaro, Ventura, etc. E como o fascismo aglutina a direita, com o tempo, aqueles que financiam PS, PSD, IL e outros, acabarão a financiar o fascismo, pois será essencial para manterem o poder. Até os liberais apoiarão o fascismo. Prova? Pois são capitalistas, também. E em caso de dúvida, serão a favor da manutenção do capitalismo (e das suas classes dominantes), agora fascista. 

Vejam os regimes fascistas na europa no séc. XX. Todos (portugal, espanha, itália, alemanha, países de leste) foram apoiados oficialmente por liberais. Todos, sem excepção.

Deixo-vos algumas referências para quem de direito escreve sobre o tema:

Exorto-vos a seguirem este blog, Ladrões de Bicicletas. Isto é Serviço Público, onde economistas e outros cientistas escrevem Luz numa sociedade de trevas.

O que escrevi baseia-se na ciência, de diversas áreas. Mas exorto-vos, por favor, que mergulhem na Economia Política. Essa é a área chave. A partir daí interliga-se com muita área: história, antropologia, sociologia, política, direito, economia, filosofia, psicologia, etc.

Para terminar, digo-vos com toda a certeza que o capitalismo, enquanto modelo económico, terá o seu fim. De todas as evidências, soma-se mais uma:

Teremos dois caminhos: a dignidade ou a barbárie, o socialismo ou um tecno-feudalismo - a utilização de toda esta novel tecnologia que surge para nos dominar rumo a uma nova idade média, de servos e vassalos.

Força e resistência sempre!

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 13 de Novembro de 2022
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