Os Banksy's das letras


D urante algum tempo, fui uma das pessoas críticas em relação ao anonimato do Correio da Madeira. No entanto, sempre reconheci a importância, a pertinência e o sentido de humor das publicações. De vez em quando e de sobrancelha levantada em jeito de discordância sobre o tal anonimato, passei a seguir a página com alguma regularidade.

Passaram-se alguns aninhos e esta Madeira mudou bastante. O grau de desconfiança em relação à comunicação social aumentou. As pessoas já não têm receio de dizer o que sentem, o que pensam, o que querem e o que não querem. Até as mais humildes e com notória falta de instrução, encontram nas redes sociais a oportunidade de se fazerem ouvir. E é natural que esta explosão provoque medos, constrangimentos e um vício tremendo de abrir todos os dias a página do Correio da Madeira para bilhardar o que lá vem. 

Houve um tempo (saudades Deus meu…) que as queixas, as críticas, as investigações, as dicas e as sugestões de um doutorado ou iletrado tinham o seu espaço próprio no mundo da comunicação social. As pessoas telefonavam ou escreviam para os jornais, convencidas que era ali que iriam encontrar alguém que as ouvisse, alguém que as ajudasse. Alguém que confrontasse os “grandes” com as injustiças sentidas diariamente. Esses espaços foram-se fechando à medida que os porta microfones foram tomando conta das redações, chutando para canto os jornalistas que outrora vibravam com uma boa “cacha”. 

Mudei de ideias em relação ao anonimato do Correio da Madeira. Se queremos evoluir, temos de estar positivamente sujeitos às mudanças de ideias, certo? 

Esta mudança deve-se sobretudo ao que tenho vindo a assistir de forma dolorosa no mundo da comunicação social e quando a procura é muita e a oferta é pouca ou quase nenhuma, é mais do que correto tentar encontrar um espaço que nos dá, efetivamente, espaço e nos protege de represálias que bem sabemos que existem. Ora se existem…

É claro que é preciso separar o trigo do joio em relação aos conteúdos, mas esse é um exercício que cada leitor deve fazer em tudo aquilo que lê, seja no CM seja no jornal dos trabalhadores da Coreia do Norte.

Roberta Sousa Dois 

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 14 de Novembro de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira
Adere ao grupo Opina Madeira no Whatsapp: link

Enviar um comentário

0 Comentários