A Netflix anunciou que vai filmar uma nova série na Madeira. Segundo a Netflix, as filmagens iniciar-se-ão já em julho de 2023 em Câmara de Lobos, uma vila piscatória da Ilha da Madeira. Segundo a Netflix, a 1ª temporada da série estará na plataforma de streaming no segundo trimestre de 2024. Inicialmente a série iria chamar-se “Rabo de Espada”, mas por questões de direitos de autor, a Netflix decidiu-se pelo nome de “O Xavelha”, em homenagem às canoas de Câmara de Lobos. A produtora informou que a reconstrução do Bairro do Ilhéu será feita recorrendo a computação gráfica, sendo o maior investimento de sempre da empresa em efeitos especiais.
Pelo pouco que transpirou dos bastidores da produção, a Netflix, por ser mais barato, dará preferência a atores madeirenses e por isso Miguel Albuquerque foi convidado para fazer o papel de “Michael Corleone”, a personagem principal de “O Xavelha”. Já Pedro Calado, inicialmente muito reticente por lhe ter sido proposto um papel secundário, aceitou fazer o papel de “Padre Júlio”, o padre da paróquia de Câmara de Lobos.
O reconhecido ator João Jardim, famoso pela sua excelente interpretação no filme “Cartas de fora”, foi convidado para fazer o papel de Presidente do Governo Regional da Madeira. Embora com alguma experiência, João Jardim confessou-se algo nervoso pelo facto do papel ser muito exigente e o obrigar a decorar cinco parágrafos.
A atriz Rita Andrade será “Maria das Dores”, uma mãe solteira com 18 filhos, um deles de um austríaco, dois de um alemão e um de um pedreiro imigrante do Botstwana. Sem quaisquer rendimentos ou apoio da Segurança Social, Maria das Dores vive dias de agonia e obriga os filhos à mendicidade sob pena de lhes dar uma “malha” senão chegarem a casa com 50€ por dia.
Já o inexperiente João Paulo Marques fará o papel de “jójó”, o filho mais novo de Maria das Dores. “Jójó” é um dos “miúdo das caixinhas”, um adolescente toxicodependente revoltado que é vítima de assédio pelo “Padre Júlio”.
O conhecido jornalista Ricardo Oliveira, também com muita experiência em inventar filmes, fará o papel de “Clark Kent”, um jornalista de investigação apostado em denunciar a corrupção e a conivência entre a política e o mundo da droga.
A história da 1ª temporada é fascinante e passa-se nos anos 90 onde “Michael Corleone”, conhecido no submundo do tráfico de droga como “El Cabron”, gere uma rede de tráfico de Cocaína com sede no Bairro da Malvinas. Segundo o argumento da série, “El Cabron” usa seis apartamentos do bairro como laboratórios de estupefacientes, onde mistura a farinha Maizena para transformar a pureza da cocaína que vem nos barcos de pesca da Espada Preta.
No meio da história de crime, sexo e violência, “Clark Kent” aparece morto imerso na banheira da sua casa de banho abraçado a uma torradeira, a conclusão do comandante “José Tosco” da esquadra de Câmara de Lobos - que é protagonizado por Rui Barreto - é de que “Clark Kent” engasgou-se com uma torrada.
Segundo um dos críticos, que já leu o argumento, o episódio final é apocalíptico e surpreendente. A cena de “Michael Corleone” a entrar na Igreja com o seu fato branco e sapatos pretos de verniz é digna do melhor que se fez em cinema e levará os espetadores ao clímax.
Na história, “Maria das Dores”, depois de ver o filho com um andar novo, pede que “Michael Corleone” termine com a violência e o assédio do “Padre Júlio” sobre “Jójó”.
A cena final descreve-se em poucas palavras, com “El cabron” a entrar no confessionário para se confessar ao “Padre Júlio”. No silêncio do confessionário, depois de se benzer, o “Padre Júlio” sussurra para Michael Corleone “Meu filho, sê bem-vindo à Casa de Deus, quais são os teus pecados?” Segue-se um grande silêncio entre o “Padre Júlio” e “Michael Corleone” que é interrompido pelo som estridente de um tiro. Nisto, no meio cortinas do confessionário, surge a mão do “Padre Júlio” caída sobre uma poça de sangue.
Sempre no silêncio, “Michael Corleone” levanta-se, limpa a sua Beretta 92F de 9mm e, com uma voz grossa como o Rambo, murmura “Perdoai-me Padre, porque calei um pecador”. Sempre em silêncio, limpa o suor da testa e a arma com um lenço branco, colocando a mesma na mão do “Padre Júlio” para parecer suicídio político. O último episódio de “O Xavelha” termina assim com “Michael Corleone” a sair da Igreja aplaudido pela população, ao som da “Canção do Gago” de Ruben Aguiar.
Os críticos de cinema, que já leram o argumento, consideram que a série “O Xavelha” da Netflix é candidata ao Óscar do melhor filme, melhor ator, melhor ator secundário, melhor canção original e melhor argumento.
Uma nota final sobre o autor do argumento do filme, que já foi convidado para escrever uma rubrica semanal no Diário, desde que não escreva piadas sobre Portos ou Ribeiras.
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