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M achico, com uma freguesia piscatória, tem um candidato que sai da Lota do Funchal para dizer que aceita jaulas de aquacultura em vez de apoiar os pescadores. É natural que o Caniçal já tenha votado Chega nas Regionais. Mas meus amigos, antes isto do que a briga de comadres de São Vicente.
A candidatura de Luís Ferreira, do PSD, à Câmara de Machico levanta questões importantes sobre o futuro do concelho, especialmente em relação à aquacultura e ao desenvolvimento sustentável. A sua defesa da produção em jaulas, baseada na preocupação com a escassez de peixe no mar, é um ponto central da sua plataforma, mas também um tema sensível para a população local e que confronta com a monocultura do turismo.
Temos uma certeza nestas Autárquicas, se queres jaulas no teu concelho, vota PSD. É que parece que todos eles têm a mesma cartilha, ou será o guião de interesses do partido?
Luís Ferreira acerta ao identificar a necessidade de uma alternativa à pesca tradicional, dada a crescente pressão sobre os stocks de pescado. A aquacultura, de facto, é uma resposta global a essa questão. No entanto, sua proposta de avançar com mais jaulas no concelho de Machico, que já possui estruturas no Caniçal, esbarra diretamente na perceção e nas preocupações da população. A resistência a novas jaulas não se limita ao "impacto visual" que ele minimiza. Muitos madeirenses não apreciam o peixe de aquacultura, preferindo o sabor e a qualidade do peixe selvagem. Além disso, há um receio legítimo quanto aos possíveis impactos ambientais e o crescer infindável de jaulas que já vão anunciando em outras freguesias.
Vamos esclarecer duas coisas, as jaulas em produção industrial é para quem? Para a massificação do turismo? Se a pressão se sente nas ETARs, consumo de água, produção de lixo, rede viária e atrações turísticas, também deve ter pressão na comida a fornecer. Ou é indústria para exportação? Ainda pior, nunca mais vai parar a adição de jaulas, é como as rent-a-cars...
É preciso saber escolher as apostas!
A monocultura do turismo na Madeira, com uma forte aposta na massificação, é um tema que se cruza com a aquacultura. A beleza natural da costa é um dos principais atrativos da ilha, e a instalação de mais jaulas pode ser vista como uma ameaça a essa imagem. As preocupações com a poluição, como a acumulação de resíduos orgânicos e químicos no fundo do mar, são válidas e precisam ser abordadas de forma transparente. Minimizar o "impacto visual" é arriscado, pois desconsidera a forma como o ambiente marinho é parte integrante da identidade e da economia do concelho. Um candidato que aspira a liderar Machico precisa demonstrar que entende e valoriza a complexa relação entre o ambiente, a economia e a cultura local.
Expliquem-me uma coisa, as embarcações de visualização de cetáceos vão vender natureza passando pelas jaulas?
O facto de Luís Ferreira ter aceitado a coligação com o CDS, apesar de sua preferência por uma candidatura a solo, mostra uma capacidade de cumprir compromissos partidários. Contudo, em questões de política local tão sensíveis, a confiança e a transparência são cruciais. A sua posição inflexível a favor de mais jaulas pode ser percebida como um desinteresse pelas preocupações da comunidade, o que pode custar votos. Em vez de simplesmente afirmar que as jaulas são uma "necessidade", ele poderia adotar uma abordagem mais construtiva, procurando o diálogo e a participação da população.
Como é que Luís Ferreira, como candidato a Machico, pretende conciliar a necessidade de desenvolver a aquacultura com as legítimas preocupações ambientais e estéticas dos madeirenses, sem deixar dúvidas sobre o seu compromisso com a preservação do ambiente marinho e a qualidade de vida no concelho?
Acho que o PSD é um partido de clientelas e tem a mesma cartilha em todos os candidatos, este falou do que sabia, um tema que pode trazer a derrota, o problema é a oposição murchinha.