Alerta de saúde: risco e sujidade nos restaurantes.


Hábitos endémicos ou hábitos importados?

M adeirenses e Porto-Santenses, atenção! Temos de falar sobre um segredo sujo e perigoso que muitos donos de restaurantes aqui na Madeira e Porto Santo partilham, a falta de higiene básica nas mesas, balcões e bancadas. Isto é um risco de saúde grave para todos nós, trabalhadores e clientes.

Muitos de nós trabalhámos em vários sítios e o que se vê é revoltante. Os patrões, na sua maioria, não limpam as mesas e as superfícies onde a comida é preparada com os produtos certos, detergentes desinfetantes para superfícies que tocam nos alimentos. O que usam? Um pano seco, e, pior, às vezes, um pano húmido só com água. Isto, meus amigos, não só não limpa como espalha bactérias e aumenta o risco de contaminação!

Quando confrontados, os patrões respondem que «não é preciso» e que os produtos de limpeza «custam muito dinheiro». Esta atitude é falsa, forreta e criminosa. É pôr o lucro à frente da saúde pública.

O perigo é real e horrível. A falta de limpeza não é apenas um descuido; é um convite aberto à doença e ao horror. Intoxicação Alimentar é a consequência mais comum. Micróbios terríveis como o Norovírus, a Salmonella, a E. coli, o Campylobacter e a Listeria ficam nas mesas e bancadas. Estes "bichos" causam diarreias, febres, cólicas graves e, nos casos mais sérios, podem levar a lesões renais ou até à morte, sobretudo em pessoas mais frágeis, como crianças e idosos.

Usar o mesmo pano ou superfície, sem desinfetar, para limpar depois de um cliente e logo a seguir para preparar uma bebida ou prato, transfere bactérias. Isto pode levar à Hepatite A ou a reações alérgicas fatais se os vestígios de alergénios não forem limpos com desinfetante. É a contaminação cruzada. 

Há consequências para os patrões. Aos donos de restaurantes que insistem em ser forretas, alerto, esta falta de higiene não vos sai barata. Um único caso de intoxicação alimentar espalha-se como fogo nas redes sociais e nas críticas online. O resultado é uma queda brutal de clientes e, muitas vezes, o encerramento do negócio. É a destruição da reputação.

As autoridades sanitárias podem aplicar coimas pesadas ou mesmo mandar fechar o restaurante. Se um cliente for parar ao hospital por vossa negligência, os processos judiciais com pedidos de indemnização podem ser financeiramente devastadores.

A sujidade acumulada e os restos de comida chamam ratos e insetos, que espalham ainda mais doenças. O encerramento para desratização é um custo altíssimo e uma vergonha.

Os patrões têm de parar de serem forretas! Têm de comprar os desinfetantes certos e, mais importante, dar formação aos empregados para usarem esses produtos sempre, após cada cliente sair e após prepararem qualquer alimento ou bebida na bancada.

Trabalhadores, recusem-se a trabalhar em condições de risco e exijam os produtos certos para a vossa segurança e a dos vossos clientes.

Clientes, estejam vigilantes! Se a mesa vos parecer suja ou se virem o empregado a limpar só com água, reclamem e denunciem! A vossa saúde não tem preço. É preciso investir em higiene, não é um luxo, é uma obrigação!