L á diz o proverbio que "à mulher de César não basta ser honesta, deve parecer honesta". Nos últimos dias muitos artigos (leia-se denúncias) têm surgido no Correio da Madeira (o tal que ninguém lê por ser de origem duvidosa) sobre um alegado favorecimento na Câmara Municipal da Ribeira Brava.
Diz a jurisprudência que todos somos inocentes até que o suposto crime transite em julgado, portanto aos visados cabe defender a sua honorabilidade nos tribunais. O problema é que os políticos, pelo cargo público que exercem, são cidadãos com uma exposição pública relevante, sujeitos a um escrutíno contínuo por parte dos cidadãos, ou seja, a haver suspeitas de crime esse deve ser investigado pelo Ministério Público.
A escolha pela carreira política é livre e quem a escolhe já devia estar preparado para os dissabores da exposição mediática. O comum cidadão anónimo, que vive do seu emprego, não tem esse problema porque escolheu um estilo de vida recatado longe dos holofotes, mas o político tem de aceitar o escrutíno constante a que estão sujeitos pela opinião pública.
Pelo mundo todo há exemplos de condenação precoce dos políticos e os casos de Trump e de Jair Bolsonaro são exemplos recentes de comportamento indevido de cargos públicos. É o preço pela democracia!
A Madeira não é exceção e já são muitos casos e casinhos que aparecem todos os dias mas, como diz o povo, onde há fumo, há fogo.
Comecemos pelo início. Em tempos Emanuel Câmara foi suspeito de ter nomeado uma namorada Chefe de Divisão no Município do Porto Moniz e esse facto, seja verídico ou não, vai acompanhá-lo para a vida toda. Pedro Coelho foi outro dos visados, quando alegadamente ignorou denúncias sobre favorecimento num procedimento concursal.
Depois aconteceu em São Vicente um caso muito estranho da Professora (a tal que era continental), que foi ameaçada mas que terminou em bem, com o processo arquivado pela investigação criminal.
Muito recentemente, estoirou outro caso em Santana que envolve Dinarte Fernandes com a alegada cumplicidade de Ricardo Franco de Machico, ou seja, lançou-se a suspeita que tinha havido favorecimento para um cargo de pessoas próximas do Presidente da Autarquia, com a agravante de ter existido um contrato duvidoso de uma Chefe de Divisão da Autarquia de Machico que foi contratada por 17.000€ para gerir o referido procedimento (o que não é nada mau para umas horas de trabalho). Até pode ser legal mas é imoral e até à data ninguém sabe no que deu.
Como uma desgraça nunca vem só, nos últimos dias levantou-se a suspeita que Ricardo Nascimento foi alegadamente convivente no favorecimento de uma jornalista num procedimento concursal para um cargo na autarquia.
Infelizmente todos os envolvidos julgam que o tempo irá fazer esquecer os casos e que a sua carreira política irá prosseguir como se nada fosse. Nada mais errado. Se os visados não provarem publicamente a sua inocência, mais tarde ou mais cedo, os seus adversários irão fazer por relembrar as manchas do seu passado.
Embora acredite que todos os visados sejam inocentes, é preciso que fique claro que as verdadeiras vítimas não são os políticos, mas sim todos os candidatos que perderam tempo em estudar e em concorrer a concursos que já estavam predestinados. A esses ninguém vai indemnizar pela falsa esperança e pelo tempo perdido.
Obrigado pela atenção dispensada e peço desculpa ao CM por ter contribuído para que mais gente deixe de ler o CM, por alegadamente ser um blog de qualidade duvidosa, relembrando os visados e os leitores que o direito à suspeição é Lei na Constituição Portuguesa.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 1 de Julho de 2023
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