A oposição é incompetente a comunicar


A minha leitura do que se passa ao nível da comunicação:

A exceção da JPP, os restantes partidos parece que vivem no mundo criado pelo PSD e não acompanham os problemas da população que serão eleitores no final de setembro. Não têm agenda própria, não são eles a fazer notícia, não se fazem ouvir, não são a notícia, vão a reboque.

Existe falta de clareza e mensagens confusas, porque a generalidade dos partidos aproveitam o que anda em ambiente público e não estudam os factos para trazer inovação, esclarecimento e credibilidade (esta é a principal vantagem da JPP e faz toda a diferença). Uma mensagem tem emissor e recetor, perguntem aos eleitores sobre o que sabem, conhecem ou ouviram sobre as posições dos partidos da oposição. Vamos perceber que mensagem chega, têm coragem? Os partidos não têm alma própria nem bandeiras.

Quer se queira quer não, existe muito mais ligação do PSD ao eleitorado, até pela vasta presença através do Governo e da capilaridade dos Organismos que controla, do que os partidos da oposição. Portanto, os partidos da oposição não conseguem comunicar, não são próximos nem a comunicação social facilita. Os partidos da oposição cometem o erro de não entender nem tornar público as preocupações e necessidades do público em geral, sobretudo as vergonhas da pobreza. Se não sabem estar sintonizados e andam a reboque da comunicação social, que faz a comunicação do poder, nunca vão conquistar o apoio necessário.

Ignorar as redes sociais e o poder da comunicação digital, no caso da Madeira sobretudo do CM, é não entender que estamos a passar por uma era de descrédito total da comunicação social, que vai morrendo dia a dia, para outra era onde quem souber falar nas redes sociais torna-se um influencer. O povo tem a sua sabedoria, uma coisa é a comunicação social não fornecer contraditório, outra é as redes sociais dizerem tudo e o povo escolhe. E não se esqueçam de que, geralmente, os mais novos partem da Madeira e que eles já são geração das redes sociais. Os partidos que não sabem se impor no meio digital desaparecerão, é ali que se alcança um público mais amplo. Também é um aviso para comunicação social que vive tempos de embevecimento e soberba, pela fartura de oportunidades e dinheiro que nunca houve. O poder é predador, hoje eles são importantes, amanhã não são. Depende de quem comunica melhor.

Existe na oposição, justamente pela falta de liderança nos temas interessantes para o povo eleitor, uma falta de autenticidade e credibilidade, importantíssimos para conferir em primeiro lugar o respeito para estabelecer depois o contacto com o povo. A oposição não lidera os assuntos que importam. Acertar nos anseios e preocupações do povo significa tornar os partidos mais transparentes, honestos e coerentes na sua comunicação, fogem do conceito de lóbi, monopólio e marasmo.

Ausência de diálogo e interação com os eleitores é claramente uma pecha. Não é nas festas, onde todos vão e não existe clima, que se marca a diferença, é indo em particular com cada pessoa no seu ambiente. É aí que se cativa e convence. Na festa parecem distantes e desconectados das preocupações públicas. Reparem no périplo desde há 4 anos do Miguel Albuquerque a visitar empresas ...

Os partidos dão à comunicação social o que lhes facilita o trabalho, o soundbit, é um momento de lazer mas nada informa sobre as posições dos partidos. Ambos estão um para outro na "vadiação" das suas funções. Os "jargões" divertem, não informam.

Os partidos não devem ir pela agenda da comunicação social mas terem uma mensagem própria, coerente, ponderada e sempre a mesma porque fundamentada num estudo. A deriva do tipo catavento, segundo o que dá a cada momento, é um erro que não garante a consistência na mensagem. O eleitor fica confundido.

Neste momento, o PSD e GR têm a oposição na algibeira, à exceção da JPP que, pelo facto de se saber ter crispação com a comunicação social e ser o principal alvo do PSD, mostra ou prova de quem temem entre todos ou quem os irrita (sinal de que não estão controlados).

Assim como a comunicação social deveria respeitar sempre as 6 perguntas básicas de uma notícia, a oposição deveria ter os pontos que deve mencionar em cada intervenção para ser eficaz a comunicar. A comunicação da generalidade da oposição é tão incompetente que nunca ganha crédito nas imensas falhas do PSD que, mesmo errante, ganha.

A oposição não entende que o medo incutido na comunicação social (tal como no povo) garante que nenhum jornalista arrisca uma notícia contra o poder se não for a oposição a dizer, até porque o topo da carreira é assessor de imprensa. Os que querem lá chegar não informam, os que lá estão defendem o poder com unhas e dentes porque são cargos de confiança política. Se a oposição não sabe comunicar é um favor para o poder e a comunicação social atual-

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 13 de Julho de 2023
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