T ive a oportunidade de assistir à sessão de quinta-feira do Festival de Jazz, que me pareceu o mais apelativo dos três dias. Parece uma obrigação contratual, desde os tempos de Albuquerque, os artistas agradecerem ao presidente da câmara, quando, em bom rigor, estes, assalariados de luxo dos contribuintes, não colocaram um tostão do seu bolso para o evento.
Não deixa de ser sintomático que, segundo o vídeo/propaganda, o Município funchalense apregoe gastar 2 milhões na Cultura, reservando umas migalhas de 3.000 para um prémio literário.
Fruto da agenda da tecnologia, cuja mensagem é: executa, não penses.
Porque a qualquer poder não interessa quem questione as suas ordens (mesmos as inconstitucionais, para não dizer criminosas).
Apostar no jazz contrabalança a piroseira e pimbalhada quase generalizada que se dissemina nesta ilha, pois a diversidade e a qualidade não são apoiadas ao ponto dos bilhetes serem mais acessíveis (a Orquestra Clássica tem preços de imobiliária, a maioria do público é estrangeiro-residente).
Mas se querem contas certas, analisem os mapas 1 e 2 anexos ao Orçamento de Estado para 2023, como eu analisei, e verifiquem como cada português residente em Portugal é credor dos políticos em cerca de 2.900 euros mensais!
Cerca de 1.496 euros são gastos, por mês e por cada um de nós em média, com os Órgãos de Soberania e o restante com os juros da dívida pública.
Tudo o que possamos receber do Estado ou da Região serão meras migalhas pois com 2.900 por mês (5.800 um casal) directamente depositados nas nossas contas, sem intermediação duma máquina política sanguessuga, todas as pessoas saberiam perfeitamente o que fazer no que toca à saúde (fim de listas de espera), educação (não tinham, por exemplo, de sujeitar os seus filhos ao forrobodó da ideologia de género) e cultura.
Em suma, os únicos órgãos políticos válidos seriam as juntas de freguesia, pois são as que mais próximas estão dos problemas das pessoas enquanto comunidades e, obviamente nesta estrutura franco-maçónica de poder piramidal, são as que menos verbas têm para acorrer às necessidades.
Obviamente que com esta "qualidade" de presidentes de junta, vassalos-partidários coniventes com este sistema que desintegra deliberadamente a soberania das populações, a tendência é para agravar e continuar a iludir o povo, à boa maneira dos romanos: pão e circo.
Na Madeira, poncha e arraiais.
Deixo registado o meu lamento, em nome de quem tem filhos e netos que terão de sair da Madeira para terem oportunidades decentes (sem cunhas ou evolução horizontal) na vida.
Uma nota a destoar o tema deste artigo, mas que se refere a contas: já que se fala tanto de transparência e das poucas áreas disponíveis à população para acesso ao mar, porque não divulgam os preços que quem tem o acesso exclusivo ao mar paga pelo uso privativo do domínio público marítimo?
Talvez muita gente, em vez de engolir patachadas como a do tsunami do Calado (para a Pontinha, menos para o Toco) se surpreenda e se revolte, ou comece a ter congestão nas espetadas que come nos arraiais...
Pedro Marques de Sousa
P. S. Lamento que a, encapotada e pessoalmente percepcionada, censura (em democracia diz-se critérios editoriais) de órgãos de comunicação social subsidiados pelos contribuintes me obriguem a ter de escrever aqui, saudando o Correio da Madeira por não estar sob os tentáculos da intocável "máfia no bom sentido", a que, supostamente, numa espécie de cartel entre patos bravos e armadores, alguns armados em hoteleiros (com a degradação qualitativa que também se vê, já denunciada recentemente), impede o desenvolvimentos da maioria dos madeirenses e portossantenses.
Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 8 de Julho de 2023
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