A praia é minha, é sua, é nossa!


H á 22 anos, mais precisamente a 12 de Janeiro de 2001, o Diário de Notícias da Madeira (daqui em diante designado por DIÁRIO) inaugurava uma nova forma de fazer comédia, perdão, segundo eles, jornalismo. Alegadamente, assumiam a luta por uma causa(??): o destino a dar ao palácio de S. Lourenço. Por alguma estranha razão, ou talvez não, um órgão de comunicação social que se apregoava isento e com todos os restantes bons predicados inerentes ao (bom) jornalismo, apropriava-se de um assunto que era uma das “bandeira” do jardinismo, nas suas diatribes psicóticas contra os “cubanos”. Uma posição ambígua, mas que não era nova, e que frequentemente se tornou regra: se, por um lado, se insurgia contra a discriminação e o favorecimento do Jornal da Madeira (ainda na “mão” da igreja católica) em relação ao DIÁRIO; por outro, não se coibia de lamber o co... tovelo do AJJ, sempre que pensava tirar algum proveito disso. Até que, tantas vezes vai o cântaro à fonte..., acabaram ambos os pasquins nas mãos de testas de ferro do poder laranja na Região, que tudo controla e tudo quer controlar: Big Brother is watching you!

22 anos se passaram e o feitiço virou-se contra o feiticeiro: as velhas tácticas de AJJ contra o DIÁRIO provaram não dar o resultado esperado, pelo menos completamente (pelo caminho ainda serviram para vários despedimentos de gente incómoda, mascarados por alegadas dificuldades económico financeiras provocadas por concorrência desleal (sabiam que num dos anos de putativa grave crise no DIÁRIO – com um prejuízo de cerca €200 mil – um dos sócios – o maioritário, se bem me lembro – alugava uma das salas do 3.º andar da rua dr. Fernão de Ornelas, que servia de arquivo fotográfico e não só e para as emissões da TSF, por... €200 mil/ano?), para além de os figurões da Redacção continuarem a viajar pelo mundo como lordes, pendurados, a maior parte das vezes, nos outros figurões do Governo regional, simbiose que acabou numa coisa chamada RAMEVENTOS, que deverá ter grandes “estórias” para desvendar. Pois é. Também a crise quando nasce nunca é para todos!

Bom, mas isso são contas de outro rosário que serão abordadas mais tarde, mas não muito. É preciso não esquecer que a administração do DIÁRIO, com a conivência dos sabujos que lambiam, e continuam a lamber, o co... tovelo ao Jardim, e agora ao do Albuquerque, mandou para o desemprego cerca de 4 dezenas (40!) de trabalhadores de diversas áreas, alguns deles ilegalmente, o que só foi possível com a conivência de uma Justiça cega, mas também surda, muda, atrasada mental e, quiçá o José Manuel Coelho tenha razão, com outros int€r€ss€s mais altos a levantarem-se (ou, pelo menos, de alguns juízes, do Tribunal de Trabalho do Funchal, mas não só). Essa história, de há 10 anos para cá (e mesmo anterior), está a ser preparada ao pormenor, mas é tão complexa, em termos de trafulhice, mentira e compadrio, que vai demorar um pouco mais a vir à luz do dia.

Voltando ao ponto principal; as “causas” do Diário... 22 anos depois daquela “palhaçada” falhada, tinha agora o DIÁRIO a oportunidade de assumir, desta vez sim, uma causa válida e de interesse público, numa “nova” forma de fazer jornalismo (embora, já ficássemos satisfeitos se fizessem jornalismo “per se”): reclamar a praia Formosa, e toda a área circundante, que querem entregar aos “patos bravos”, para usufruto único e exclusivo da população.

Já todos perceberam que aquele processo é pouco claro, e não só pela contínua sujidade das águas. A maioria já entendeu que o que sempre foi um direito dos madeirenses – o acesso livre à praia Formosa –, se não vai acabar, vai de certeza ficar condicionado. Estão mesmo a ver os Pestanas desta terra a investirem milhões e, no final, a contentarem-se com tremoços?! Ingénuos...

“Na Grécia, o acesso público às praias é um direito protegido constitucionalmente. Só que, na prática, a situação tem sido diferente. Com a dependência do setor do turismo, em muitas praias do país os concessionários privados foram invadindo os areais com cadeiras e guarda-sóis para alugar, com a inação das autarquias que concessionam os locais e das autoridades locais que os deviam vigiar, deixando quase nenhum espaço para os cidadãos desfrutarem o espaço supostamente público.

Na ilha de Paros, centenas de cidadãos fartaram-se e, o mês passado, protestaram na praia de Santa Maria contra a apropriação abusiva. Rapidamente obtiveram a primeira vitória: dias depois, as cadeiras de praia e chapéus de sol de aluguer foram retirados de metade daquela praia.

A notícia foi-se espalhando e o movimento ganhou dimensão, foi seguido noutras paragens, como nas ilhas de Naxos e Serifos em primeiro lugar, enquanto o mote “Reclama a Praia” se tornava viral.

Alguns órgãos de comunicação social passaram a falar na “revolta da toalha de praia” mas o nome não agrada aos manifestantes que em Paros continuam organizados enquanto Movimento de Cidadãos pelas praias livres. Estes explicam que se trata de outra coisa, enquanto manifestam preocupação “com a ilegalidade nas praias de Paros por parte de empresas que exploram partes das praias e ocupam arbitrariamente o espaço comum com espreguiçadeiras e guarda-sóis, muito além dos limites previstos nos contratos de concessão que assinaram” e que pretendem continuar a defender “o direito dos cidadãos e visitantes da nossa ilha de terem livre acesso às praias que amamos”.

O investigador e professor de Ciências Políticas Nikolas Sevastakis explica que “o que alguns comentadores não entendem é que a mudança não tem a ver com uma espreguiçadeira, uma toalha, ou mesmo com uma quota de paz relativa para alguns cidadãos numa ou mais ilhas. A questão é quem e sob que termos tem o poder sobre o "verão grego", ocupando espaços de vida de uma comunidade e ditando o que o resto ouvirá e receberá como experiência”, tratando-se de um “movimento para reaproveitar a vida”.

Noutros locais, para além de Paros, sucedem-se manifestações. A semana passada, por exemplo, perto de 400 pessoas manifestaram-se nas praias de Paroikia num protesto que já não ocorria pela primeira vez e que denuncia várias das concessões por ocuparem o dobro ou mais do espaço que lhe é cedido e os proprietários das empresas por recusarem cumprir a lei.

Com o crescimento do movimento, o governo e as autoridades judiciais acabaram finalmente por anunciar intervenções naquilo que há muito é uma realidade conhecida. O Greek Reporter dá conta de uma declaração do ministro das Finanças, Costis Hadzidakis que diz que deu “instruções” para que as inspeções fossem aceleradas” e garantiu que ninguém iria ficar isento delas. Também a procuradora do Supremo Tribunal, Georgia Adeilini, anunciou o lançamento de uma investigação.”

LINK: (in https://www.esquerda.net/artigo/reclama-praia-os-gregos-mobilizam-se-contra-privatizacao-das-praias/87274)

Na Grécia, a população assumiu a causa como sua e tomou a iniciativa de acabar com as mordomias de alguns, idênticas às que há muito, proliferam na Região: o espaço público a tornar-se privado, em troca sabe-se lá de que favor€s!

Eis uma boa causa para o DIÁRIO “abraçar”: “a praia Formosa é minha, é sua, é nossa!”, e não dos abutres e vigaristas que continuam a usar a Madeira como coutada e os madeirenses como papalvos que facilmente se enganam com espetada, vinho seco e frangos congelados.

Fernando Letra

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 15 de Agosto de 2023
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