A apresentação da lista do PSD às eleições autárquicas de 2025 para a Câmara Municipal do Funchal gerou, de imediato, indignação e preocupação entre muitos trabalhadores e cidadãos atentos ao rumo político da cidade. Entre os nomes propostos destaca-se Patrícia Dantas, arguida em processo investigado pelo Ministério Público, o que já por si levanta sérias dúvidas sobre os critérios adotados para a composição desta candidatura.
Mais preocupante ainda é o nome de António Ferreira, antigo diretor regional das Estradas, recentemente envolvido num escândalo tornado público pela comunicação social. Após as últimas eleições regionais e no meio das discussões sobre quem assumiria funções no novo Governo Regional, surgiram denúncias graves: Ferreira terá alegadamente utilizado trabalhadores do Governo Regional, os chamados rocheiros, para fins pessoais em empresas privadas, existindo suspeitas de que ele próprio intermediava a cedência irregular desses funcionários. Trata-se, segundo foi noticiado, de indícios de peculato, e o processo ainda se encontra em investigação pela Polícia Judiciária.
Estas nomeações levantam sérias preocupações sobre a natureza e os objetivos desta lista liderada por Pedro Calado e apoiada por Miguel Albuquerque. A perceção pública é clara: estas escolhas representam uma tentativa de assalto político à Câmara Municipal do Funchal e à dignidade dos seus milhares de funcionários, pessoas que já sofreram sob a gestão anterior, marcada por denúncias de exploração laboral e autoritarismo.
Num momento tão sensível para o futuro da cidade e da sua administração pública, este repto dirige-se a todos os trabalhadores municipais, às suas famílias, e à sociedade civil madeirense: importa refletir profundamente sobre o tipo de liderança que queremos para o Funchal. Esta eleição não se resume a nomes ou partidos; trata-se de proteger os direitos laborais, os princípios da administração pública e a dignidade de quem serve a cidade.
Não está em causa apenas o confronto entre PSD, PS, JPP, PAN ou Chega. Mesmo que outras listas tenham candidatos menos conhecidos ou com menor visibilidade pública, o mais importante é travar a entrada de figuras que já carregam consigo um histórico de práticas que colidem com a ética pública.
A democracia vive de escolhas conscientes, e toda a “onda” política que sobe, por mais forte que pareça, um dia pode e deve descer. A democracia não é domínio pessoal. É responsabilidade coletiva.
Socorro Funchal !
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