A usurpação e a venda do PAN-M ao PSD-M por tuta e meia!


G rande parte dos eleitores que votaram na oposição nas eleições regionais de 24 de setembro terão ficado, estupefactos com o acordo parlamentar entre o PAN-M e a coligação “Somos Madeira” (PSD-M e CDS-M). Na opinião destes eleitores o PAN-M ter-se-á vendido por tuta e meia. A troco de quê? De um passe de transportes único, um passe de saúde para os porto-santenses, um centro de juventude, vacinação gratuita para os animais e outras míseras medidas. E o resto?! Onde fica a resposta aos problemas de grande parte da população?”

Ficam de fora temas, como as listas de espera na saúde, a habitação, a agricultura (e não é a biológica), os impostos, diminuir o custo de vida e o ferry (que também está no programa do PAN-M). Se isto não é vender-se por tuta e meia, é vender-se por meia dúzia de tostões e não!... não é uma oportunidade como diz a deputada eleita do PAN de garantir a execução do programa do PAN. O programa do PAN vai muito mais além do que as medidas anunciadas no acordo e muito mais à esquerda do que o programa eleitoral de direita do PSD-M.

Mas acerca da vida interna do PAN e da irregularidade deste partido, existem algumas coisas a comentar. A Inês Sousa Real, veio substituir o André Silva como porta-voz do PAN. Com os problemas da geringonça na Assembleia da República viu a oportunidade aquando da demissão do governo, de poder viabilizar o governo do Costa, caso vencesse com maioria relativa. A maioria absoluta trocou-lhe as voltas, e viu o seu grupo parlamentar reduzido a 1 deputada, a Inês. Na altura, segundo me disseram alguns militantes do PAN nacional, houve muita oposição interna, que a Inês Sousa Real tratou de afastar dos órgãos de decisão do partido. Desde então tem gerido o partido com atitude autoritária, não permitindo qualquer oposição interna. Vários militantes já terão batido com a porta. O representante do PAN-M é Joaquim Sousa que segundo os estatutos do PAN aprovados pela direção nacional de Inês Sousa Real, deveria ter autonomia para elaborar as listas regionais e gerir o partido na região. Segundo Joaquim Sousa, nas vésperas da elaboração das listas Inês Sousa Real veio do continente, com o discurso escrito para o líder regional do PAN ler aquando da apresentação das listas. Esse discurso era focado essencialmente no agradecimento à estrutura nacional e à querida líder e que em ela não era possível candidatarem-se às regionais. Joaquim Sousa rejeitou ler esse discurso de bajulação. Rejeitou também a influência de Inês Sousa Real na elaboração das listas. A Inês como não lhe convinha ter um deputado desalinhado com as instruções que ela dava, tratou de fazer a cabeça a alguns membros da comissão política regional, e foi efetuada uma “lista sombra” nas costas do porta-voz regional do PAN, tendo como cabeça de lista a deputada eleita, que foi uma das convencidas a meter a cabeça no cepo por Inês Sousa Real, usurpando assim a estrutura regional do PAN, uma vez que havia a eminência de eleger um deputado regional.

Com este acaso de ter conseguido um assento no parlamento regional, e faltar um deputado para a coligação encabeçada pelo PSD-M, conseguir a maioria absoluta, Inês 

Sousa Real, viu aqui a oportunidade fazer o que o azar lhe impediu de fazer com António Costa.

Terá sido Inês a negociar a viabilização novo governo regional para a deputada eleita assinar de cruz, quando teria de ser o porta-voz regional do PAN a assiná-lo de modo a vincular o partido a esse acordo. Joaquim Sousa veio ontem dizer num podcast que jamais viabilizaria um governo do PSD-M, que passou 47 anos a penalizar o povo da madeira.

Como dizem vários militantes do PAN, o PAN já não é o Pessoas Animais e Natureza, mas sim o partido da Inês, ou o PAN, S.A. com uma única acionista. André Silva, ex-líder do PAN e deputado à Assembleia da República já veio dizer que se sente envergonhado com este acordo. O ser contra o teleférico no Curral das Freiras ou contra a pavimentação da Estrada das Ginjas, agora já não é ser do contra, vai avançar!

Como é possível que um partido que é pelas pessoas, compactue com um governo que promove habitações de luxo para estrangeiros, e pouco faça para atenuar as listas de espera na saúde ou o risco de pobreza da região.

Como é possível que um partido que seja pela natureza compactue com um governo que pouco faz para garantir a sustentabilidade energética da região e que adora o turismo massificado que destrói a Laurissilva.

Diz-se por aí que vão ser distribuídos tachos, não para a deputada eleita paras para pessoas próximas. Não é de admirar, uma vez que é esse do modo de atuar do PSD-M. Foi assim com o CDS-M em 2019. Será certamente assim com o PAN em 2023.

Ou muito me engano ou grande parte dos 3.046 eleitores que votaram no PAN, estarão nesta altura arrependidos de ter votado…no PAN. E espero que alguém tenha a coragem de avançar judicialmente contra a ilegalidade deste acordo. A desculpa de que “os nossos compromissos são com os madeirenses e portossantenses que nos elegeram” já não pega. 

Senão, serão 51 anos de poder laranja.

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 28 de Setembro de 2023
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