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O verde já não significa só aguerridos e desenfreados da língua. |
A s minhas expetativas, relativamente ao Governo desta terra, são infelizmente baixas. Espero que, no entanto, cumpra os chamados “mínimos olímpicos” sobre as matérias da governação. Está claro que não é suposto que um secretário regional seja um exímio conhecedor ao pormenor de todas as áreas que tutela. Para isso, deveria ter os seus assessores (os famigerados técnicos especialistas) capazes de fornecer-lhe as informações mais específicas sobre cada setor e prepará-lo para os debates que a vida pública exige.
Aqui começará, talvez, o problema porque bastará analisar, sumariamente, os currículos publicados conjuntamente com a nomeação dos ditos especialistas para concluir que a ampla maioria, para além de um amplo conhecimento das tricas e baldrocas da vidinha partidária, sabe muito pouco de qualquer coisa em concreto, e quase nada sobre o mundo em geral.
Seja como for, seria expetável que um membro do Governo Regional, convidado para tutelar determinadas áreas, procurasse obter sobre as mesmas os conhecimentos necessários para elaborar o programa governativo e defendê-lo no parlamento.
Acabei de assistir, através do Canal Parlamento, à confrangedora prestação da nova secretária da Inclusão Social e Juventude. Leu, sem convicção, umas páginas que lhe terão sido enviadas pelos departamentos governamentais da sua área. Quando confrontada com perguntas dos deputados, mesmo os partidos que apoiam o Governo, perdeu-se nos apontamentos, andou literalmente “aos papéis”, demonstrando, afinal, que não fez o trabalho de casa que era necessário. A imagem, à primeira vista, será excelente, mas a vida política não é uma “passerelle”.
Já tive a experiência de preparar, juntamente com um membro do Governo Regional, a apresentação e debate de programas de Governo. Para além da montanha de documentação necessária, retive a ideia de que deve haver um fio condutor e uma ideia firme sobre as temáticas que vão estar em análise. Quer-me parecer que a Senhora Secretária da Inclusão continua, a estas horas, sem fazer a mínima ideia da maior parte do que se andou para ali a discutir: saberá, por exemplo, o quadro em que se processa a negociação de um contrato coletivo de trabalho; discernirá, com segurança, as opções a equacionar num quadro de prestações de desemprego; terá uma ideia aproximada da situação financeira da Segurança Social; terá conhecimento das questões que se colocam, em termos de emprego, à nossa juventude; poderá apontar alguma medida concreta para as situações de pobreza que grassam na Região?
Miguel Albuquerque que é, reconhecidamente, teimoso, deverá mantê-la. Ficará, porém, com o flanco aberto a ataques visando, não a política, mas a pessoa. Que são, infelizmente, os piores!
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 17 de Novembro de 2023
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