A notícia sobre a Madeira que não chegou à imprensa regional


Para quando o Conselho de Redação?

P assavam poucos minutos das 14h. Numa das várias televisões da redação, a CNN revelava que Miguel Albuquerque estará indiciado pelo crime de atentado ao estado de direito. Simplificando, o presidente do Governo Regional é suspeito de condicionamento do conteúdo editorial dos meios de comunicação social da Madeira.

O burburinho foi imediato. Trocaram-se olhares, encolheram-se ombros. “É para pegar nisto?”, ouviu-se em surdina. Prosseguiram-se os trabalhos, seguindo as instruções previamente recebidas. O tempo avançou, as notícias sucederam-se.

A resposta era óbvia. Por vezes, escrevem-se coisas nas redes sociais que não correspondem à verdade. Os jornalistas não são coagidos, nem estão ao serviço de partidos – na sua maioria. No entanto, existem limites que exemplos passados definiram. Artigos descartados, porque levantariam pó sobre assuntos incómodos. Edições que apagam parágrafos inteiros e que esvaziam peças. 

Apontar um eventual condicionamento à comunicação social, tivesse alguém tido a coragem de avançar, seria uma dessas situações delicadas. A questão seguinte seria “como”. E isso é de um profundo desconforto para quem gere os editoriais.

Apesar disso, a difusão dessa informação é irrelevante. A PJ e o MP continuarão a investigação e as consequências decorrerão desse processo. Contudo, se a conclusão da investigação anuir nesse sentido, a condenação não deve abranger apenas Miguel Albuquerque. Os responsáveis internos fingir-se-ão nessa altura de vítimas. Vítimas decorrentes de contrapartidas financeiras, de familiares em cargos de assessoria ou de viagens pagas. Para lá das condenações na justiça, a sociedade deve saber tirar as suas conclusões dos processos e não mais permitir que alguém abane a bandeira da transparência com uma mão enquanto esconde atrás das costas a mão com que faz acordos pessoais.

Boa noite!

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 24 de janeiro de 2024
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