Louca Autonomia


Autonomia Regional, concebida como um meio para promover o desenvolvimento local e a auto-gestão, enfrenta hoje um dos seus mais sérios desafios na Região Autónoma da Madeira. A corrente investigação por corrupção, desenrolando-se como um drama político de proporções significativas, ameaça não só manchar a integridade da governação autonómica, mas também precipitar a região num ciclo de instabilidade política e legislativa sem precedentes nos quase 50 anos de Autonomia.

1 - A Crise de Corrupção: A investigação atual, centrada em alegações de corrupção, coloca em xeque a confiança pública nas instituições autonómicas. Este episódio não é apenas um reflexo de possíveis irregularidades, mas um símbolo de um sistema que pode ter sido comprometido por interesses não transparentes e práticas antiéticas.

2 - Risco de Eleições Antecipadas e Instabilidade Política: A turbulência gerada pode levar a um cenário de eleições antecipadas. Tal cenário, apesar de ser uma oportunidade para redefinir o panorama político, poderá trazer consigo o risco de fragmentação do poder legislativo. A possibilidade de nenhum partido alcançar uma maioria absoluta, numa Democracia populacionamente pequena, sugere um futuro de alianças frágeis que inevitavelmente levarão a uma mera autonomia administrativa. 

Sejamos francos nenhuma democracia insular funciona com base em governos de minoria ou coligações tipo geringonça.

O PSD poderá nunca mais voltar a ter uma maioria absoluta, sem ajuda da IL ou do Chega. O PS continuará a definhar na luta pelos tachos enquanto que a JPP solidificará a sua presença no "transgénero" Caniço-Santa Cruz, a central dos ex-Funchalenses ressabiados pelo facto de não poderem ocupar a atual zona da Nazaré e Hospital (erro político do PSD ter construído bairros sociais em zonas nobres da capital...

O Perigo da Mesquinhice Partidária: Um parlamento dividido corre o risco de se tornar um palco de mesquinhice partidária, onde o foco se desvia da gestão eficaz e da legislação produtiva para disputas e rivalidades inter-partidárias. Tal ambiente não só dificulta o processo legislativo, mas também pode alienar ainda mais os cidadãos do processo político.

Consequências Económicas e Sociais: Neste cenário, a Madeira pode se ver reduzida a uma mera distribuidora de subsídios e cargos políticos, perdendo o ímpeto para o desenvolvimento económico sustentável e inovação. O marasmo legislativo pode travar iniciativas cruciais para o crescimento económico e bem-estar social, deixando a região vulnerável a desafios internos e externos.

A situação atual na Madeira representa mais do que uma crise política; é um teste à resiliência e à maturidade da Autonomia Regional de todos os partidos. Este é um momento decisivo, onde é imperativo que os líderes políticos e a sociedade civil se unam para salvaguardar os princípios da transparência, responsabilidade e governação eficaz. Restaurar a confiança na Autonomia não é apenas uma questão de superar uma crise política, mas uma oportunidade para reformar, revitalizar e reimaginar um futuro mais próspero e justo para a Madeira.

Temo pelo futuro que será decidido por um eleitorado que não se recordas dos anos pré-Autonómicos.

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 26 de janeiro de 2024
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