O Assalto em Câmara de Lobos


O CM, tal como o Diário, é reconhecido pela excelência do jornalismo que se faz na Madeira e antes de que a Bófia apanhasse o desgraçado do ladrão que assaltou a Agência da Caixa Geral de Depósitos, em Câmara de Lobos, conseguimos entrevistar o suspeito.

A noite caia e chovia copiosamente, quando entramos na rua onde estava estacionado o Volkswagen Branco do suspeito, depois de amarrar a trotinete elétrica com uma corrente a um poste da EEM, que não caiu com o vento, batemos à porta. Por detrás da cortina de uma janela surgiu uma mão e depois uma cara conhecida. Era “El Ratero”, o mais famoso assaltante de Câmara de Lobos que, como se sabe, foi um dos figurantes do filme “Efeito Dominó” protagonizado pelo famoso Jason Statham.

Como os bandidos se conhecem todos, fomos logo convidados a entrar. “El Ratero” estava a dar uma festa com os seus melhores amigos de infância do Bairro das Malvinas. Estavam lá o “Tiradentes”, o “Chupasangue”, “El Pistolero”, “O mira” e o “Bloomman”.

Sobre a mesa de jantar, além da “Xavelha Desdentada” a dançar nua, estava uma travessa de lagosta, carabineiros, ostras e lapas (que agora era considerado um prato gourmet). Como os jornalistas do CM não recebiam subsídios do Mediaram e não comiam há dois dias, aproveitaram para tirar a barriga de misérias.

No meio do repasto, os jornalistas idóneos do Blog mais lido pelo Presidente da República aproveitaram para entrevistar o ladrão mais famoso de Câmara de Lobos.

“El Ratero” começou por lamentar a ausência de Pedro Coelho porque tinha sido convidado, mas que este tinha alegado estar em campanha no Curral das Freiras a aliviar a quebrada de pá para o teleférico não fugir. Conformado, afirmou sorridente que  “só fazem falta aqueles que estão presentes”. Quando questionado sobre porquê tinha assaltado o Banco, “El Ratero” indignado com a pergunta sacou da pistola de ar comprimido e respondeu que o fez para mostrar como Câmara de Lobos já não é o que era, que antigamente era “enrabador” de estrangeiros, mas que agora com tantos estrangeiros os “enrabados” eram os madeirenses e que isso não podia continuar.

Depois de explicarmos que o CM era a favor dos velhos costumes, “El Ratero” acalmou-se e confessou-se desiludido com a vida. Na verdade tinha entrado na Agência Bancária para levantar os 365 euros da pensão da mãe e que não esperava que às 8 da manhã houvesse tanto dinheiro vivo no Banco. Segundo ele, parece que o conhecido traficante “El Chapo” tinha depositado logo de manhã as vendas do dia anterior e que julgava que era por isso que o dinheiro não estava no cofre de abertura retardada.

Mas, e o dinheiro? Estava no fundo da casota do “Dentarabos”, um Rottweiller manso com várias silhuetas humanas desenhadas do lado de fora. Pelo sim, pelo não, mandamos o maneta meter o braço a ver se era verdade, de maneira que agora o apelido do cão é o “Arranca-Pencas”, com muito jeito para fazer um part-time na Gesba. Pintamos logo um nariz do lado de fora da casota. O Maneta deixou de ser mentiroso de vez, vamos ver como é que fazemos para trabalhar na comunicação social, nem que seja no Governo.

PS: Ainda bem que sou de Marte e não percebo nada de assaltos no planeta Terra.

Momentos do alegre convívio:


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