E stá-se a agravar a situação da habitação na Madeira, se comunicação social quisesse ser séria devia se informar sobre a quantidade de pessoas que são postas fora da "sua casa", por arrendamento, para que a mesma seja transformada para Alojamento Local. É preciso mostrar a tabela de preços de moradias, apartamentos e até quartos como estão inflacionadas para os vencimentos que os madeirenses estão a auferir.
A solução tem sido casa de familiares, abandono pura e simples de bens e serviços essenciais para chegar ao custo mensal da casa (e mesmo assim os proprietários não querem) e a emigração. Já não é solução ir para o campo. Se com a necessidade de mão de obra qualificada e experiente que existe na Europa ouves a base salarial, comparticipação na habitação e seguro de saúde, é difícil de ficar na Madeira.
Uma situação de bradar aos céus é ser votado por maioria o desejo de não inclusão de Alojamento Local dentro de prédios de habitação e isso não ser respeitado, depois temos a perseguição para por andar, o desassossego de histerismos de férias e rodas de trolley.
A escassez de habitação nem aconteceu numa conversão a longo prazo, pura e simplesmente, à boa maneira madeirense, se dá, todos imitam. Até parece o novo Telexfree. Neste caso ainda não acabou de dar mas inferniza os madeirenses. Estamos a assistir à gentrificação (mudança das características das zonas habitacionais) e à perda de coesão comunitária, das nossas zonas habitacionais.
Sabemos que tudo isto está errado pelo que passamos e vemos, a pressão sobre as infraestruturas locais, como transporte, serviços públicos e instalações de lazer, especialmente em áreas onde a infraestrutura já está sobrecarregada, ETARs, águas, vias e estacionamentos, ruído excessivo, perturbação da paz e segurança pública, afetação da fauna e flora, destruição dos nossos preciosos bens naturais. É demasiado, é a massificação, a frequência compulsiva ... e caro que ela tem que dormir e surge o caos.
Com esta gente no Governo, que zela pela construção e a hotelaria, percebemos que há falta de regulação adequada e dela nasce práticas inadequadas, como subarrendamento ilegal, evasão fiscal e violações das normas de segurança. Não temos governantes para zelar por isto, mas sim para piorar a situação.
Meus senhores, é preciso sensibilidade humana para com os madeirenses, parece que vêm todos para aqui por alguma razão e são bem servidos, e nós? Muitas casas e apartamentos estão a "despejar" os seus inquilinos para colocar como alojamento local. Se alguns o fazem legalmente, registando-se com essa atividade e, certamente, pagando os seus impostos, outros não. Alojamento Local abaixo de 10 pessoas não são contabilizados, é por isso que se gera este descontrolo.
Outra faceta é o dos prédios onde os condóminos são torturados com festas e o entra e sai de turistas a arrastar malas pelo corredor de madrugada, quando quem trabalha e tem filhos na escola estão a descansar. Há uma sofreguidão para lucros altos e fáceis no alojamento local, enquanto outros perdem a qualidade de vida, há agitação, por vezes os turistas não estão para se importunar com o cuidado de fechar as portas do prédio e sua garagem. Estão ali por uns dias, tal como quem explora o Alojamento Local não dorme ali. Há insegurança, porque um prédio com Alojamento Local não é um hotel estruturado.
Claro, o madeirense vive empurrado para longe, tipo proscrito na sua terra. Os nossos governantes estão a proibir de vivermos na nossa terra. Nos rendimentos, na habitação, na Saúde, no custo de vida ...
Oxalá que nunca chegue os mesmos tempos de algumas esplanadas que não gostavam de madeirenses, quando depois apareceu a Covid. Quando este filão de AL um dia acalmar, os donos desses apartamentos vão chamar os madeirenses, como a um cão que se afugenta e logo vem abanando o rabinho?
Tem de haver fiscalização e monitorização da atividade, também deve haver um código de conduta para o turista em Alojamento Local, ele tem de perceber em que tipo de ambiente se integra e respeitar, não queremos rotundas à turista no prédio, É preciso ordem. Ou então vá para um hotel só dedicado a turismo. O que sei é que quem mais lucra não tem casas nem apartamentos, só distribui mal-estar.
Vivemos irritados, pelo que vemos na estrada, a falta de respeito pelo nosso espaço e vivência, de pura e simplesmente sossego para acordar cedo e ir trabalhar
Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 29 de março de 2024
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