F oi de olhos bem abertos e de taça de pipocas no colo que assisti à inauguração da sede de candidatura de Manuel António Correia, no Largo do Chafariz. Entre brados de “Manuel a Presidente” e palminhas entusiásticas da claque do Desprendido do Poder, não pude deixar de reparar na quantidade de ex-secretários, ex-deputados, ex-diretores, ex-presidentes e lambe-botas dispensados nos últimos anos por Miguel Albuquerque e que agora se curvam, esperançosos, perante Manuel António, o Rei Sol.
De bradar aos céus é ver gente outrora maltratada por Manuel António enquanto Secretário Regional do Ambiente e Recursos Naturais, gente que adoeceu à conta do abalo emocional de que foi vítima às mãos deste senhor, a aplaudir e a deixar-se filmar, dando-lhe o seu apoio. Alô Bernardo Melvill Araújo? Será Síndrome de Estocolmo ou apenas falta de noção?
De bradar aos céus é ver gente em quem Albuquerque depositou confiança (Alô, Sara Madruga da Costa e Alô Filipa Freitas!) e gente em quem Albuquerque nunca depositou confiança alguma mas que, mesmo assim, nunca lhes retirou o vencimento de conselheiro técnico (Alô, Miguel Branco, Alô, António Trindade!) a serpentear em modo completamente desprendido do poder, pela sede de campanha de Manuel António. Cambada de corja invertebrada.
Só ex-chefes de divisão, vi seis. Ex-diretores, vi cinco. Ex-secretários, quatro. Ex-presidentes, dois. Ver gentinha ressabiada vir a público dizer que Manuel António, o Rei Sol, é honesto e trabalhador e o único capaz de agregar e unir o partido é falso. Nunca o foi e as pessoas não mudam.
Lamento não haver uma terceira alternativa. Se Sérgio Marques se tivesse chegado à frente sozinho, o meu voto e o voto de tantos outros militantes, seria certamente para ele. Como resolveu associar-se a Manuel António, voltarei em branco. Do mal o menos.
Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 13 de março de 2024
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