U m dos 3 comentadores, na entrevista do presidente do CD Nacional à RTP/M do Grupo Sousa, mostrava o seu espanto e desagrado ao ver nas escolas miúdos vestindo, em maior número, camisolas desportivas dos chamados "3 grandes", por comparação com aqueles que vestem as do Nacional ou do actual secundário Marítimo.
Esta realidade não é exclusiva da Madeira: perpassa todos os 306 (excluindo os de Lisboa e Porto), ou 305 (considerando a forte implantação bairrista do Vitória de Guimarães) concelhos do País.
Fruto da televisão, do marketing, de 3 jornais desportivos que apenas destacam os "3 grandes" na maioria das vezes, é natural a influência nos jovens que ficam habituados a ouvir falar em 3 clubes sistematicamente candidatos e habilitados a conquistar títulos.
Terá dado a entender esse comentador que esta é uma realidade recente, mas não é. Sempre foi assim. Aliás, os próprios dirigentes máximos de Marítimo, Nacional e (do defunto) União tinham as suas preferências em termos de 3 grandes. Incluindo o(s) presidente(s) do governo regional.
Poucos serão os madeirenses (talvez os antigos jornalistas desportivos Duarte Azevedo e Emanuel Rosa) que apoiam apenas o seu clube madeirense.
Esta é e sempre foi a realidade não é com falsas indignações que as coisas mudam.
Como mudar?
A primeira mudança é de mentalidade; e está no próprio governo: pensar nos apoios ao futebol profissional como um investimento (com retorno, directo ou indirecto, consoante o modo desejado de intervir) e não como um subsidio.
Depois de enraizado este conceito nessas cabeças duras (e medrosas, pois têm medo do eleitorado quando se fala no futebol), define-se o grau (leia-se montante) de investimento numa indústria altamente competitiva (à escala global) e com grande expressão e visibilidade mediática:
- Lutar pela Champions League ou Liga Europa
- Lutar pelo Título Nacional e presença assídua nas competições europeias
- Lutar pela Manutenção na 1.ª Divisão
- Lutar pela Subida à I Liga
Já que inventam estudos económicos (noutras áreas) para justificar o injustificável, e em vez de estragarem o Curral com um Teleférico de duvidosa rentabilidade (sem falar no atentado ambiental que fez até a Mónica do PAN abrir, salvo seja, as coxas...), façam um referendo ao povo madeirense no que diz respeito aos montantes a investir no futebol profissional.
Por outro lado, os 6 mil milhões de facturas ocultadas pelo Santos Costa (a mando de AJJ) foram para algum lado.
Já é tempo de quem está na Quinta Vigia dizer aos seus "patrões" oligárquicos (alguns, segundo consta, com fortunas pessoais acima dos 2 mil milhões de euros, jatos privados e iates ancorados na marina do Mónaco...) que é hora de "pay-back" ou retorno: já "mamaram" o suficiente do dinheiro dos contribuintes.
Esses 6 mil milhões davam para melhorar a vida de muitos madeirenses e até sobraria para investir no futebol profissional (e, até, cumprir a promessa de construir um pavilhão para o CD Nacional).
Ou então responsabilizar pessoalmente Cunha e Silva pela devolução dos 100 milhões "espatifados" com a fantasmagórica Marina do Lugar de Baixo: divida-se este montante pelo valor anual recebidos pelos clubes profissionais...
Querem mesmo que os meninos vistam camisolas do Nacional ou até a do Marítimo? Ora, em vez de falsas indignações, deem condições financeiras a estes clubes para que se assumam como (reais) candidatos ao título de campeão nacional. Trigo limpo, farinha... "Insular", passe a publicidade.
Saudamos ainda o presidente Rui Alves por ter conseguido resistir às sujas jogadas de bastidores de Carlos Pereira, cujo pretendido torniquete financeiro visava a extinção do Nacional e (como infelizmente veio a acontecer) a do União.
Ter ficado a saber que, em 2020/21, um presidente do Marítimo escreveu à Liga para (tentar) impedir (!) a participação do Nacional na 1.ª Liga foi chocante. Tiveram o "castigo divino". Esperamos pelo competente pedido de desculpas a todos os nacionalistas. Além de que passou a ser mais uma razão pela qual ser nacionalista é ser diferente e que... não há gente como a gente!
Eles (coitados, com vistas curtas, no seu quintal de Santo António e, com um Estádio oferecido, que era de todos) não percebem que só as rivalidades dão força ao futebol. Ainda não atingiram que ter dois clubes (fortes) da Madeira na I Liga permite que 36 pontos em disputa tornem a nossa ilha o epicentro das decisões de conquista do campeonato e das idas às competições europeias. Com todo o impacto mediático e turístico agregado.
Por falar em Turismo, não se percebe que só o secretário da Educação tenha uma palavra a dizer no investimento no futebol profissional. O secretário do Turismo (e o seu orçamento próprio) deve ser chamado à pedra.
E, por fim, seria bom estes dois clubes e o governo trabalharem numa centralização de estruturas de custos (instalações desportivas, manutenção, alojamentos de atletas profissionais e serviços contabilísticos pagos a peso de ouro, quando os serviços de contabilidade do governo regional poderiam realizar facilmente, via Instituto da Juventude: pedimos desculpa pela sugestão de trabalho acrescido... menos tempo para o windsurf...).
Por exemplo no Continente português, a EDP Comercial está a instalar painéis solares em estádios de pequena dimensão, tornando-os pequenas centrais eléctricas para os bairros vizinhos, quando há excedente de energia.
Não se percebe como a Empreza de Electricidade da Madeira, S.A: (a não ser que se "incomode" administradores preocupados em perder eventuais comissões com as compras de petróleo e gás...) não tenha a iniciativa de contribuir para a redução dos elevados custos fixos de energia dos dois clubes (e outras empresas com instalações de grande porte, instalando painéis solares nas coberturas do Estádio dos Barreiros e da Choupana (e com isso contribuir igualmente para a diminuição de produção de electricidade com energias poluentes).
Nem que seja a mando do governo (se este ainda tiver participação accionista maioritária nessa empresa transformada em sociedade anónima: o que significa que, a exemplo da APRAM, se desconhece os seus verdadeiros donos ou accionistas: o que indicia uma completa falta de transparência para com o eleitorado: e que a dita Oposição nem quer averiguar. Será que o governo chinês já colocou as suas mandíbulas das "3 Gargantas" na EEM?... Investigue-se).
Esta medida decerto teria um impacto brutal nas Contas dos Clubes e na respectiva Tesouraria.
Basta consultarem a EDP Comercial para saber como se faz e até realizar a configuração on-line dos painéis a instalar (sem custos para o dono da propriedade), de modo a terem uma noção daquilo que poupam a 15 anos.
É o que dá ter o mercado (da energia) a funcionar.
Numa situação monopolista, como a regional, nem sequer há disponibilidade para se pensar nisto, quando as receitas estão garantidas, sem concorrência.
Ficam estas sugestões e ideias, a "custo zero".
Pela Cruzada Alvi-Negra
P.S. - O Presidente do Nacional, assim que formalmente reeleito, poderia reunir, informalmente, com os associados alvi-negros para que possa ouvir ideias e propostas para o desenvolvimento do Clube.
Ou, no mínimo, o sítio de internet do Clube pode criar uma secção para "Sugestões", para aqueles associados e simpatizantes que não gostam de dar a cara ou para quem esteja ausente da Madeira.
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