Q uando noutros lugares (Barcelona, Veneza, Amesterdão, Praga, Budapeste, Viena, etc) desistem da massificação porque é incomportável e insustentável, as populações rejeitam e tornam-se agressivas com turistas (bocas e inscrições nas paredes), na Madeira o Eduardo Jesus aceita tudo, põe a ilha do avesso. É insustentável para a rede viária, atrações turísticas, manutenção das belezas naturais, carestia para a população local com menos poder de compra, alojamento inviável, consumos de água para além do possível nas projeções das alterações climáticas, incapacidade de tratar águas cinzentas, etc. Mas o que isso importa com a máquina publicitária de comunicação social e prémios? O que importa não é governar a Madeira para os desafios futuros, mas garantir que os lóbis da hotelaria e do Alojamento Local ficam satisfeitos com o secretário.
Quando há cidades a desistir do Alojamento Local porque ficam completamente descaracterizadas, percebemos que as mesma no fundo entenderam que desertificam sem a população nativa afugentada pelos preços mas cheios de eventuais, turistas. Se, por exemplo, viesse um novo confinamento da Covid, não existiria ninguém na cidade. A Madeira está a conhecer esta realidade com a emigração dos locais que não conseguem viver cá, estando, no entanto, a abarrotar de gente .. e de carros. O turismo de massas geram cidades desertas e em crise. Tornam-se resorts ou parque temáticos.
Quando nas ilhas gregas há falta de água (link) e começam a fechar portas a turistas, apesar dos equipamentos portáteis de dessalinização da água, é notório que entraram em modo de sobrevivência na economia, há que mudar de vida:
Os especialistas em clima receiam que o pior ainda esteja para vir. Andrea Toreti, coordenador do observatório europeu e mundial da seca do Serviço de Gestão de Emergências Copérnico, afirmou que, quando os efeitos da seca se tornam visíveis, é demasiado tarde para tomar medidas. "Precisamos de evitar pensar em modo de emergência, (em vez disso) olhar para a prevenção e a preparação", disse Toreti.
Nestas ilhas gregas procura-se dessalinizadoras e elas estão tão esgotadas quanto os ventiladores durante a Covid. A Madeira é uma ilha, em insustentabilidade e estes exemplos passam ao lado, quais patetas alegres, com o PRR a distribuir pelos amigos e que não nos tornam mais resilientes.
Quando em Albufeira prosseguem os excessos dos jovens e as autoridades pedem para os operadores turísticos alterarem o perfil do turista, que acerta no que já tivemos, percebemos que no Turismo da Madeira tem estado um secretário carreirista, lobista, que destruiu a sustentabilidade e acha que tudo isto que vemos é sucesso. Vamos, de novo, acolher tudo o que os outros não querem? Os jornalistas não fazem o seu trabalho, antes há alguns que vão de viagem com ele.
Por último, tão fácil e que ninguém faz, comecemos a impor regras nas "cowboyadas" como em Dubrovnik (link). Comecemos a limitar à ganância das low cost que mais não são do que bom preço, cheap people e o Governo a subsidiar através da publicidade do destino via companhia. Algo que está claríssimo de ver é que a estrutura antiga para receber o turismo no Governo e autoridades prossegue na mesma dimensão.
Quando finalmente for dada a razão a quem tem no rumo errado que o turismo e a sustentabilidade levam na Madeira, será tarde, a certeza no vaticínio reside no facto de neste momento já ser tarde.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 11 de julho de 2024
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