A ntónio Gonçalves pode vir agora falar em “perfis falsos” a tentar desunir o PSD, mas a verdade é que quem desuniu o partido foi ele próprio. Foi ele que, sem qualquer base de apoio sólida, decidiu avançar com uma lista dita de “independentes”, que nunca passou de uma manobra de pressão interna para tentar condicionar o presidente do PSD. O objetivo era claro: tirar o tapete ao candidato natural, Fernando Góis, e entregar de bandeja a liderança da autarquia a quem realmente continua a mandar no concelho — José António Garcês, Humberto Vasconcelos e o empresário conhecido como “o preto” — e, com eles, o controlo do orçamento do município.
Quem desuniu foi também a candidatura-fantoche de António Gonçalves e José António Garcês, que não integrou praticamente nenhum dos elementos da anterior e verdadeira candidatura do PSD. A exceção foi Jaime Gomes, que tinha sido dispensado numa primeira instância mas a quem recorreram no fim, depois de uma série de recusas de outros a quem convidaram entretanto.
Quem desuniu foi quem apostou numa campanha feita de perseguições e ameaças, sobretudo dentro do próprio PSD, em vez de procurar integrar, unir e reforçar o partido.
Quem desuniu foi quem se deixou cegar pelo dinheiro e pelo poder, colocando interesses pessoais acima dos interesses do partido e, pior ainda, acima dos interesses do concelho e das três freguesias.
E, finalmente, quem desuniu foi quem se colocou à mercê das ordens do Funchal, virando definitivamente as costas ao povo que devia servir.
Este apelo à união que António Gonçalves agora faz não passa de uma tentativa desesperada de quem vê o poder, que julgava certo e garantido, escapar-lhe por entre os dedos.
António Gonçalves pode acusar os “perfis falsos” do que quiser. Mas os militantes e simpatizantes sabem bem quem, de facto, partiu o PSD ao meio.