Em defesa de Tiago Margarido, do Eng. Rui Alves e...


... dos sócios do CD Nacional que são adeptos leoninos

T enho que saudar, antes de mais (e sem qualquer ponta de ironia) o Eng.º Rui Alves, o qual, com uma subvenção pública de (segundo o que me recordo de ouvir) 2,100,000.00 consegue ter um plantel que tem um valor de mercado na ordem dos 13 Milhões. O que dá uma rentabilização de 521,43%. Algo que deverá ser raro noutro gestor de dinheiros públicos regionais. Talvez esteja aqui a diferença entre gestor público (no bom sentido) e gestor "com" utilidade pública.

O quadro comparativo que elaborei tenta, por outro lado, dar ao leitor e em especial ao adeptos alvi-negros menos atentos quanto à real noção dos valores dos plantéis das equipas que no passado sábado se defrontaram na Choupana. É um nítido caso de "David contra Golias". E enquanto David teve força física e anímica, o Golias leonino tremeu.

Com toda a humildade que é reconhecida ao treinador do CD Nacional, Tiago Margarido, própria das suas orgulhosas origens (oriundas duma terra, genuína e valente, como a do Porto), devo discordar todavia da sua declaração final, pois não é ele quem tem que pedir desculpa aos nacionalistas. Antes pelo contrário.

São os nacionalistas que devem pedir desculpa à pessoa que continua a ser a melhor aquisição do plantel do CD Nacional. E a quem envio um forte abraço. 

Os nacionalistas devem começar a reflectir a razão de terem deixado o seu clube nas "garras" de uma política desportiva regional de subserviência ao poder instituído e à sua megalomania de "povo superior" em molde "low cost". Tal como aquela mulher de um político dos ano 80, que ia à loja de vestidos experimentar um para as festas de fim-de-semana e depois devolvia-o na segunda-feira seguinte apontando defeitos...

Os nacionalistas devem reflectir a razão pela qual o peso de sociedades secretas, com ou sem rumo nas naus, tem impedido, sucessivamente, o desenvolvimento do nosso clube (e de outros também, mas aí o problema já não é nosso), não só em termos de crescimento do número de associados mas também ao nível económico, financeiro e patrimonial (e a promessa do pavilhão?...).

Por exemplo, toda a gente culpa o futebol profissional, mas, se calhar, no diferencial dos 398M do SCP para os 13M do CDN devem caber comissões das obras da Estrada das Ginjas, do Teleférico para o Curral (já agora, fizeram um "óptimo serviço" para na área queimada poderem instalar os pilares do teleférico; se calhar foi coincidência...) e outras "manhosices" que passam ao lado da maioria de nós. Comissões (ou "luvas") essas alegadamente distribuídas pelos "irmãos sem rumo",  os quais mantêm a maioria das instituições da sociedade civil regional "agrilhoadas" num silêncio atroz e num sufoco financeiro.

Haja coragem. Ser (povo) superior não é ser um carneiro acomodado a este estado de coisas. É tentar promover a diferença e apresentar iniciativas. Como sócio nacionalista já tive a oportunidade de cumprir (e cumprirei sempre) o meu dever para com quem lidera o Clube, que tem o meu contacto pessoal (o dele entretanto perdi, pois um vírus recente no telemóvel fez-me perder todos os contactos). Na consciência de que o foco está no processo, pois que o resultado (receptividade) não depende de mim...

Ao sistema (político, visível e oculto) interessa que a demonstração de clubismo (de nacionalismo) se restrinja a empunhar cachecóis e bandeiras e a ficar rouco da garganta (também faço isso e fico nesse estado). Mas Ser Nacional é mais do que isso. Como o nome do nosso Clube indica (mas poucos prestam atenção), ser Nacional é lutar por uma dimensão Nacional e não regional. Cheguei a entrevistar, já muito idoso, para os lados de Santa Teresinha, um dos sobreviventes do primeiro jogo de sempre do nosso Clube, que confidenciou esse desejo. 

Lamento (mas compreendo, pois não se pode "cuspir em prato", no caso público, onde se come) que haja nacionalistas que não tenham possibilidade de contribuir mais para o seu clube (com ideias e propostas, já apresentadas no espaço próprio e que aqui não se explana para não contribuir para o crescimento dos rivais) ou que estejam calados a aguardar pelo total colapso dum regime (de arguidos) minoritário. Ou que, simplesmente, sejam comodistas/oportunistas (onde estavam no ano passado?). Que são os piores.

Não obstante, não posso aceitar ser incomodado, em pleno lugar de sócio por eventuais lacaios, ignorantes, pois não sabem da história toda, que não são ninguém para dar lições ou fazer reprimendas (só as aceitava do meu falecido Pai, de mais ninguém), e nem tiveram o cuidado de ouvir a outra versão. Claro que incomoda ver a equipa (que eu, desde 1977, já acompanho, na antiga Cabeceira do - "roubado" - Estádio do Barreiros) sofrer uma goleada histórica. Mas os outros não são saco para pancada.

Muito menos descarregar noutros sócios que não conhecem de lado nenhum, nem têm o direito de (ousar) interferir na sua área de privacidade (2 metros de distanciamento, tal como na "fraude covid" que fez muita gente ganhar dinheiro à custa da ignorância alheia). A educação vem de berço; e essa é pior vergonha que alguém pode ter.

Tal como todos os sócios e adeptos do Nacional que também são sportinguistas, o recado da tarja, se pretendia incomodar, não me atinge. Passou ao lado. Quero ver se mantêm a coerência e fazem o mesmo com os outros candidatos ao título. Lá estarei a observar. O que duvido pois até o presidente é (segundo) do Benfica... e não se pode aborrecer o líder... certo? 

Já agora (para os "meninos" alvi-negros que preferem um copo de cerveja na mão a conhecer a História do nosso Clube), o Dr. Nélio Mendonça (presidente da primeira subida à 1.ª Divisão, cuja reportagem no jogo contra o Samora Correia eu cobri, quando era repórter desportivo do DN/M, aos 17 anos e idade; e só fui porque nenhum jornalista maritimista queria ficar ligado a esse grandioso feito histórico alvi-negro: golo de penalty, apontado por Roldão, por ironia dos tempos, também "colhido" pelo Vitória de Guimarães) também era do Sporting.

A unidade do Clube não implica "comer e calar". Já aturei meio século de desaforos e de arrogâncias, não os recebo de garotos mimados.

Como nota pessoal final: nasci em Lisboa, em 1970, numa clínica que já não existe em Alvalade, chamada S. Miguel, enquanto meu pai (madeirense) estudava para, mais tarde, ser médico do CD Nacional e receber um minuto de silêncio de homenagem em 2009 num jogo da Taça a Liga contra o FC Porto, gesto inesquecível (e de eterna gratidão ao Eng.º Rui Alves e ao Dr. Sérgio Rebelo) pois ele sofria mais com o Nacional do que com a sua própria família. Ao ponto de ter sido enterrado com a bandeira do CD Nacional.

Vim para a Madeira em 1977 (um ano antes dos meus pais) e sem saber que as 3 gerações da minha família eram nacionalistas (e sportinguistas) fui assistir, de 15 em 15 dias, a jogos do Nacional na Zona Sul da 2.ª Divisão; e a ganhar um grande amor a este clube, tornando-me sócio em 1987 quando já recebia uns "troquinhos" como colaborador desportivo, pois desde os 15 anos nunca vivi à conta dos papás... e cheguei aos 18 com uma poupança suficiente para, se necessário, cobrir os estudos superiores fora do 'rochedo'). 

Entretanto, a minha ligação a Alvalade foi reforçada quando regressei a Lisboa para estudar e fiz-me sócio em 1993, sobretudo devido a uma equipa fantástica composta por Balakov, Figo, Juskowiak, Amunike e Sá Pinto. Dava imenso prazer vê-los jogar.

Nos jogos entre ambos obviamente que fico contente por quem ganha e triste por quem perde. E a ter de optar, com total frontalidade digo que opto por aquela equipa que luta por objectivos maiores. Quando o CD Nacional estiver nessas condições e se, por acaso, ainda viver nesta ilha (como muita gente deseja que não suceda... temos pena) o meu nacionalismo será superior ao sportinguismo. Pois que, em igualdade de circunstâncias, o especial afasta o geral (esta é um regra até jurídica; está, se bem me lembro, na parte geral no código civil).

O meu nacionalismo faz-me pagar quotas anuais de sócio a mais duas pessoas (uma delas nem sabe que o é; e a outra é a única asiática sócia de um clube português; acção de marketing - quo vadis? - que, até essa, foi enjeitada devido, quiçá, à pessoa do mensageiro e não à mensagem).

Até lá, caro consócio alvi-negro (aos lúcidos, aos acomodados e beneficiários do poder e aos pretensamente indignados "lacaios"), só temos (todos) a "agradecer" pelo facto da franco-maçonaria, e daqueles por esta mandados, não deixarem o nosso Clube ter a legítima ambição de sonhar pelo título de campeão nacional (tal como Fernando Pessoa dizia do Homem, parafraseando-o: O TAMANHO DE UM CLUBE DERIVA DA DIMENSÃO DO SEU SONHO). 

Há muitas naus sem rumo por aí. E (essas, sim, vergonhosas; o "lacaio" - ou será "vassalo"? - errou no alvo; e que fica desafiado a mostrar tudo aquilo que tem feito ou tentado fazer pelo nosso Clube) as mesmas caras (lapas) de sempre. Já mete nojo. Como o ignorante lacaio

 meteu, como se os outros tivessem de se submeter à sua vontade e capricho imberbe. Tirando aqueles que praticam violência doméstica (física e psicológica) e devido à síndrome de Estocolmo, esta gentalha deve começar a interiorizar que "ninguém é de ninguém". E que a nossa vontade é um Direito Natural Absoluto. 

Não obstante, estou muito grato ao "pirete" pela oportunidade de realizar este "ponto de ordem" e esclarecer eventuais equívocos.

Saudações alvi-negras e leoninas (aos sócios do CD Nacional que também sejam leões: não há vergonha nenhuma de sermos quem somos) e votos de muitas felicidades a Tiago Margarido e à equipa (na pessoa do seu capitão João Aurélio) neste regresso à Liga Principal, na qual somos o Clube Único da Madeira. 

Tenho, a propósito, um estudo (sucessivamente actualizável) respeitante à preponderância geral (com cerca de 70 indicadores) dos jogadores na equipa e sua transposição para a expressão financeira individual respectiva (elementos importantes sobretudo quando estamos em "janelas de marcado"), a apresentar à estrutura, mas isto deverá ser mais um caso de "problema de mensageiro", em clara violação, a confirmar-se, do constitucional princípio da igualdade de tratamento.

Muito obrigado, a montante e a juzante, pela atenção dispensada, e ao Correio da Madeira pela oportunidade proporcionada.

Pedro Marques de Sousa
Sócio do CD Nacional n.º 7.205, desde 02-04-1987
Sócio do Sporting CP n.º 14.160-0, desde 06-09-1993
Entre outras coisas...

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 20 de Agosto de 2024
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