Em 510 anos de história, a diocese do Funchal teve 33 bispos.
Nos últimos 50, quatro...
E m 1974, tinha acabado de ser nomeado Francisco Antunes Santana que, não obstante o nome, era lisboeta e nada tinha de comum com a cidade do Norte da Região Autónoma da Madeira, quando se deu o 25 de Abril. Consequência das particularidades sociopolíticas da Madeira, a religião foi a reboque dos interesses instalados e daqueles que despontavam para o lado da rua do Quebra-costas, e manteve o seu domínio fascizante sobre os fiéis, com o beneplácito e, até, incentivo da “nova” elite, que mais não era que os resquícios da antiga com uma nova roupagem.
Em 1982, é nomeado bispo uma das maiores provas de que Deus não existe, ou então tem um sentido de humor muito perverso: Teodoro de Faria. Este, sim, natural da Madeira, está desde cedo envolvido nas manigâncias do poder e nas manobras menos claras comuns na Região. Pau-mandado (outro) de Alberto João Jardim, sobrevive a 25 anos de prepotências e desmandos da Igreja Católica na ilha, em que o ápice é a nomeação para seu secretário particular(?) do famigerado pedófilo assassino padre brasileiro Frederico Cunha, até este começar a manifestar um estranho gosto por caveiras e a despertar o falatório dos fiéis. Despachado de paróquia em paróquia, envolve-se em actividades pouco próprias para o seu estatuto e viria a ser condenado por assassinato de um jovem madeirense em 1992. Embora as provas fossem incriminatórias (foi condenado a 13 anos de prisão pela morte do jovem, e acusado de abusos sexuais por várias testemunhas), Teodoro de Faria considerou-o inocente como Jesus Cristo, e Alberto João Jardim, mantendo a sua “política” de usar a igreja para perpetuar a sua manutenção num poder podre, acusava a comunicação social do continente de usar o caso para denegrir a imagem da Madeira. Inexplicavelmente, o assassino e pedófilo condenado, consegue fugir para o Brasil, onde ainda vive e, ao que se sabe, safa-se bem, em todos os aspectos...
Em 2007, após resignação por limite de idade do antecessor, foi nomeado um novo bispo para o Funchal: António José Cavaco Carrilho. Se um dos seus apelidos já causava arrepios a muitos portugueses, cedo se tornou evidente que iria cumprir escrupulosamente as mesmas linhas de actuação do seu homónimo eleito presidente da República no ano anterior: o povo que se lixe!
Quando, em Janeiro de 2019, Nuno Brás da Silva Martins substituiu o tal Carrilho, muitos pensaram (esperaram/desejaram/...) que, ainda para mais com a “reforma” forçada de Alberto João Jardim, a igreja católica madeirense poderia ter encontrado um caminho próprio, livre da depência biunívoca com a política. Puro engano. Rapidamente se percebeu que esta peça era mais do mesmo, quando em Abril (dois meses depois de ocupar o cargo), rejeitou criar na diocese do Funchal uma comissão para acompanhar casos de denúncias de abuso sexual de menores, alegando que cá não existiam casos suficientes (quantos serão necessários?) para tal. No entanto, ao mesmo tempo, a Comissão Independente para o estudo dos Abusos Sexuais na Igreja Católica registou 14 denúncias de abusos sexuais na diocese do Funchal, tendo transmitido quatro nomes ao bispo...
Agora, e para remate final, temos um bispo que se dedica a marcar presença em provas desportivas motorizadas (vá lá que não é como participante, ou, com o apoio do altíssimo, teria a vitória garantida), ao lado de várias personalidades do actual poder político sob suspeita madeirense e o “seu” córrego, perdão, cónego, de origem venezuelana (apenas factual, nada contra), a emitir opiniões espúrias de “apoio” a decisões idiotas da Câmara Municipal do Funchal (quando devia estar calado; será por isso que apagaram na origem?) que de “católicas” nada têm, a saber: «“Excelente ideia a construção de um parque de estacionamento no largo do Colégio. Parece algo tão óbvio e necessário para a revitalização da nossa cidade. Com toda a tecnologia que existe é algo mais que possível. Como seria bom para ir à missa, fazer compras e tomar um bom café na baixa da nossa cidade”, pode ler-se na página de facebook da Sé do Funchal, numa opinião assinada pelo Cónego Marcos Gonçalves.». Quererá ser secretário ou está a preparar-se para ser bispo?
E não se pode exterminá-los?
Fernando Letra
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 8 de Agosto de 2024
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