Privatização da Praia: etapa 1


Abre o precedente e, depois dele, não será garantido. Que façanha!
Para chegar à praia é preciso passar pelos terrenos ...

D a nossa experiência com este actual governo da Madeira, alguém considera que a praia do porto santo  ficará livre e pública ou, pelo contrário será privatizada num futuro breve. Que vos parece correio da Madeira? Em pleno século XXI, quando a palavra de ordem é sustentabilidade, e o mundo está a tentar salvar o planeta, nada grita "respeito pelo ambiente" como vedar uma zona pública e entregar uma das mais belas praias de Portugal ao melhor pagador.

A praia do Porto Santo, com os seus 9 quilómetros de areia dourada, é um daqueles locais que deviam ser considerados sagrados. Não por motivos religiosos, mas porque são um pedaço de paraíso onde todos — repito, todos — têm direito a estender a toalha e apreciar a natureza. Mas parece que alguns acham que "todos" é um conceito um bocadinho elástico e que se pode cortar à medida dos interesses privados.

O desenvolvimento só se faz com betão e uma vedação a impedir a plebe de entrar. E o impacto ambiental? Isso é conversa de ecologistas que andam a exagerar sobre as alterações climáticas. O nível do mar a subir? A erosão das costas? Não faz mal, desde que o cocktail no bar privado seja servido à temperatura certa.

O mais irónico é que estamos todos a assistir a fenómenos climáticos cada vez mais graves. O planeta está a dar sinais claros de que já não aguenta mais a pressão humana. E qual é a solução que encontramos? Privatizar o que é público, porque aparentemente alguns acham que o melhor lugar para construir um hotel ou uma área exclusiva é precisamente em cima de um ecossistema costeiro frágil.

E quem sai a perder? Toda a gente que, como os habitantes do Porto Santo e os turistas, aprecia o privilégio de usufruir de uma praia sem pagar uma fortuna por isso. Mas não há problema! Daqui a uns anos, quando a linha da maré estiver a passar pelas espreguiçadeiras de luxo, podem sempre alegar que ninguém viu isso a acontecer. Afinal, quem é que poderia imaginar que construir em zonas costeiras protegidas poderia correr mal? Uma surpresa, sem dúvida!

Por isso, preparem as toalhas... ou não. Pode ser que, da próxima vez que forem ao Porto Santo, tenham que reservar um lugar à sombra — desde que paguem a mensalidade, claro.

E que tal mandar a Arditi estudar as consequências? Afinal, se a ARDITI anda a ser financiada com dinheiros públicos, mais vale que façam algo útil e estudem o impacto do betão na praia do Porto Santo, em vez de continuarem a patrocinar os "meninos betos" da Madeira para comprarem brinquedos caros e brincarem nas águas da ilha. Porque, sim, enquanto o resto da população se preocupa com a crise climática, eles andam a divertir-se com jet skis e pranchas de paddle pagas a peso de ouro. Ah, o capitalismo moderno no seu melhor!


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Enviado por Denúncia Anónima
Domingo, 29 de Setembro de 2024
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