T emos assistido desde sempre, mas muito mais refinado agora, como se reduz a notoriedade da oposição manipulando suavemente pequenas condições de apresentação pública destes partidos. De entre os dois matutinos o Diário de Notícias leva dianteira, o JM também o faz mas em menor escala e deve-se muito mais às opções de propaganda que diminuí a exposição dos partidos da oposição, enquanto o DN tem mesmo estratégia. Basta estar atento.
O tamanho conta, nisto de notoriedade, imagine que você investe num evento esmerado, interessante, bons convidados, um brain storming, mas depois recebe um parágrafo numa coluna interior onde já foi estudado que será das últimas coisas a se ver. Imagine que até faz concorrência a eventos do próprio jornal, forma de poder facturar licitamente e sem deslizes como na viagem à Venezuela. Neste quadro, se espera reconhecimento, foi arruinado, porque aos olhos do leitor que não foi ao evento é avaliado como inexpressivo, porque é uma mera referência no jornal.
O lado da página, ímpar ou par... conta, bem como o tamanho e posição na folha, a ímpar é sempre melhor porque você dá de caras ao folhear e o olhar prende atenção na primeira informação que aparece. Na TV, o início do telejornal é sempre melhor do que o fim, mas também ser destacado e colocar no fim "maça", as estratégias de permanência da TV não funcionam para quem vai ser noticiado. Preencher o início com Governo e Partido, o mesmo, mata. Por vezes ainda avança mais uma entrevista em estúdio, a notícia da notícia.
A oposição é estúpida e as cabeças funcionam assim, os jornais são instituições, se lá aparecer a notícia sossegam, é a vaidade a atraiçoar por conceito errado de registo de um "feito", é como que depositar confiança de que a sua mensagem passou e vamos a outro. Na verdade estão triplamente confinados pelo meio que gere as notoriedades... de má fé. O Diário de Notícias ao domingo, nas mãos do director tem tendência a salientar o grupo do Autonomia 24, não é verdade? E dar coice na JPP seu amor de estimação pela quantidade de vezes que é visado pela ERC. Vemos um cartoon engraçado, mas "encomendado" quando até pode haver outros assuntos lógicos, no mesmo seguimento de preferências ou não ... como não tocar na exploração dos despachos de acusação da corrupção e fazer jornalismo de investigação, aqui tão próximo, em temas tão nacionais que as TVs e Jornais do continente cá aparecem. Estamos a falar de evidências, antes que apareçam tolinhos conspiradores. O jornalismo não é igual para todos.
Mas se os jornalistas estão em autocensura e com agenda partidária e corporativista, escolhendo quem está homologado a falar ou tem rabos de palha, os partidos da oposição são levados a aceitar a diabolização movida a meios que desfazem este jogo do jornalismo. É um segundo confinamento, levar os partidos à vaidade e à instituição onde aí, no grande domínio e controlo de quem deve ser notável, salienta-se baboseiradas, anula-se eventos que ferem e destaca-se os elementos que interessam ao próprio jornal partido-corportivista.
Fora disto, vemos uma mentalidade enraizada, por vezes os "condicionadores" nem precisam de estar presentes porque estabeleceram o padrão. Olha-se para aquele Talks e vemos cromos repetidos, os mesmos interessados na manutenção desta realidade, o terceiro confinamento é a ideia de gangue maior, onde poder e oposição acordam um pacto de não agressão, confinados no sistema, onde se vai remediar um cantinho para todos. É por isso que nas campanhas se ouvem tantas mentiras e hipocrisias, é o momento de crise, porque com uns votos apenas depois o sistema acomoda. O gangue maior nota-se perfeitamente em questões onde os partidos votam em causa própria.
O mesmo jornalismo que afirma não ter meios para cobrir todos os partidos por igual nas campanhas, é o mesmo que quando folgado enche os jornais com trivialidades e "notícias inventadas", de agenda, assessores ou agência, para ter um produto em bloco desfasado da realidade que importa aos madeirenses. Com tempo ou sem tempo a realidade é a mesma, desconversar. Eles assim acham que isto é o cantinho do céu.
A estratégia de diabolização visa tal como na autocensura que seja o próprio lesado a ir contra si. Para ficar do lado "bom", o sistema.
O Washington Post, famoso por ter derrubado dois Presidentes dos EUA ao longo da sua história, nestas eleições americanas não manifesta apoio a nenhum dos dois candidatos Presidenciais, acaba com a tradição (que até se poderia criticar por optar por um lado em jornalismo), numa leitura factual da realidade, porque agora é pertença de Jeff Bezos, dono de "magnatices", da Amazon e do próprio Washington Post, desde 2013, naturalmente porque os interesses empresariais agora mandam mais do que a notícia. O jornalismo deixou de informar para se posicionar a realizar dinheiro nos interesses político-corporativistas.
Como é que a Madeira haveria de ser diferente? São os partidos que não criam legislação para parar com a ditadura deste tipo de empresários, que vão refinar com a Inteligência Artificial, perante um povo embrutecido e partidos não pensantes.
O futuro será cada vez pior para toda a população, até que a avareza destitua de meios de sobrevivência aos que não têm poder político e económico para ajeitar a vida. Apesar de todo o controlo, um dia nascerá uma revolução, de raiva e ódio dos que se cansaram de confinamentos e da liberdade amordaçada.
A oposição da Madeira não quer poder, só o seu cantinho no sistema, num pluralismo doseado.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 28 de Outubro de 2024
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