S ou ex-voluntária da Cruz Vermelha, enfermeira AP, e para meu espanto, ontem vi o “Presidente” da instituição lamentar-se publicamente pela falta de voluntários, quando ele próprio é um dos principais responsáveis por essa situação. Nos últimos anos, a má gestão e as decisões equivocadas levaram à saída em massa de voluntários, desmotivados pela falta de reconhecimento e pelas escolhas erradas na liderança. A casa que já foi um exemplo de organização e solidariedade está agora a enfrentar uma crise grave, e isso deve-se diretamente à atuação desta presidência, que insiste em ignorar os verdadeiros problemas internos.
A Cruz Vermelha, uma instituição que já foi referência em serviços de emergência, encontra-se agora em crise, com uma drástica diminuição do número de voluntários e uma queda evidente na sua capacidade operacional. Como ex-voluntária e enfermeira, testemunhei de perto essa degradação, que decorre diretamente de uma gestão ineficaz e escolhas questionáveis no comando. Em apenas três ou quatro anos, o número de voluntários passou de mais de 150 para cerca de metade, uma redução alarmante que reflete a insatisfação crescente dentro da organização. O afastamento injustificado de pessoas experientes, com mais de 15 anos de serviço, foi um dos principais fatores para essa queda. Essas lideranças foram substituídas por voluntários com poucos meses de experiência, que não demonstram competência suficiente para assumir a responsabilidade de chefiar equipas em situações de emergência.
Essa troca de liderança, baseada em preferências pessoais e não em mérito, teve um impacto direto na eficiência da organização. A capacidade operacional diminuiu significativamente, e a Cruz Vermelha passou a ser acionada apenas quando as outras corporações de emergência estão ocupadas, algo impensável no passado. Além disso, a gestão atual tem falhado em manter as equipas prontas para o serviço. Embora haja várias ambulâncias no parque automóvel, em muitos dias não há tripulação suficiente para operá-las. Isso é resultado da saída contínua de voluntários, que estão cada vez mais desmotivados com o ambiente interno e a gestão autoritária.
O coordenador da coluna local é visto como uma figura autoritária, que toma decisões sem ouvir os mais experientes e delega funções a pessoas inexperientes. Esse comportamento tem criado um ambiente de trabalho tóxico, especialmente para os voluntários veteranos, que veem a qualidade dos serviços a deteriorar-se sob essa liderança. Para piorar, a tentativa desesperada de preencher as vagas deixadas pelos que saem rapidamente tem levado à abertura constante de novos processos de recrutamento, sem sequer concluir a formação dos recrutas anteriores.
Essa situação tem transformado a Cruz Vermelha numa estrutura cada vez mais jovem e inexperiente, comprometendo a qualidade dos serviços prestados à comunidade. A insatisfação é generalizada, e muitos acreditam que a única solução viável seria a demissão do atual presidente e de toda a sua equipa de gestão. Só assim a organização poderá retomar a sua antiga glória e reconstruir a confiança dos seus voluntários e da população que serve.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 8 de Outubro de 2024
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