Nevoeiros e Labaredas


Ao «amigo da Madeira Nova» e em continuada defesa do CD Nacional nesta novela do Nevoeiro

A gradeço antes de mais ao Correio da Madeira pela gentil nota deixada na minha «curta fanática». Agradeço também pela fotografia, pois é decerto o sonho de qualquer adepto ter a sua foto integrada no Estádio do seu Clube. Guardá-la-ei, impressa, com muita estima.

Para que conste - e penso que o Correio da Madeira far-me-á justiça, atentos os meus escritos anteriores e também pela minha periódica vinda à vossa casa -  eu estou de acordo com os vossos critérios editoriais assim como - que não pareça estranho - com a opção pelo anonimato, que tem sido fundamental para a mudança muito bem assinalada por vós.

Sei que não estão contra mim, mas mesmo que estivessem não faria mal nem seria relevante, uma vez que me admitem no exercício da liberdade de expressão.

Apenas notei que estava numa situação objectiva de desvantagem, a ter de replicar referências directas à minha pessoa - e hoje foi mais uma, mas com desvantagens na vida estive farto de lidar. 

Deixo simplesmente para a vossa reflexão o seguinte: há uma diferença entre figura pública e figura conhecida. Eu não exerço cargos públicos, não mexo no dinheiro dos contribuintes. Passei a ser conhecido em especial em dois mil e dezanove ao ter sido convidado para cabeça-de-lista pelo pequeno partido NÓS CIDADÃOS no sentido de concorrer às eleições para a Assembleia da República. 

Nessa altura, o Diário de Notícias - que entretanto mudara de donos - deu três pequenas notas da minha acção de campanha que durou quinze dias e em que eu denunciei que o presidente ora arguido não governava para os madeirenses mas apenas para cinco ou seis famílias que dominam esta Região. Quase as mesmas vezes que este «amigo da Madeira Nova» já perdeu o seu tempo comigo.

Tal notoriedade, decerto já no esquecimento de muita gente nesta «sociedade-chiclete» para a maioria da qual apenas o momento presente importa, todavia, não faz de mim figura pública, pelo que, mero contributo de reflexão e sempre salvo melhor opinião, o igual deve tratado de maneira igual e o diferente de modo dissemelhante.

Que se note que o anonimato não me afecta nem me atemoriza. Há um histórico de perfis falsos de Facebook de funcionários políticos que tinham como função primordial denegrir-me. Desde que em dois mil e dez criei o movimento Cidadania Pro-Activa - na altura bastante elogiado pelo actual director-censor do DN - em que denunciei as patifarias realizadas à conta do dinheiro dos contribuintes e cujo blog foi entretanto apagado sem a minha autorização, ganhei uma carapaça para os insultos gratuitos.

Não é este o caso deste «amigo da Madeira Nova», a quem começo por retribuir cordialmente o abraço que me dedicou. Noto também com satisfação a evolução do seu pensamento no que toca à minha pessoa: passei de fanático a teimoso. Assim está melhor. 

Antes de entrar, salvo seja, no «Pedro... bumba», por momentos assustei-me pois parecia ser o escrito de uma das minhas amantes, em especial quando costuma dizer: «Pedro... harder, harder», passado o susto inicial gostaria de deixar as seguintes notas.

Para que não fique no esquecimento, comparar o Estádio da Madeira a uma Marina que nunca funcionou, no Lugar de Baixo ou ao aeroporto da Madeira é manifestamente excessivo, abusivo e a roçar má-fé. Seria bom o respectivo reconhecimento, mas compreendo que não faça bem ao ego.

O Campeonato Nacional da Primeira Divisão já teve estádios situados a elevadas altitudes, como o Municipal da Covilhã. Houve jogos adiados devido a nevoeiro e nessa altura não se registou o alarido que, desta vez, quais galináceos - estilo jururus, na feliz expressão de Machado de Assis no seu livro «Memórias Póstumas de Brás Cubas», os «calimeros lampiânicos» e seus satélites regionais têm feito. 

Todo este alarido porque, conforme um deles confessou, há o risco de jogarem na próxima jornada já a  pontos de desvantagem em relação ao actual Campeão Nacional. Isso tem ou poderá ter influência psicológica e uma pressão acrescida no próximo desempenho dos vermelhos em campo.

A minha questão não com o Rui Santos ou - Santo Protector do Rui Costa - qual mãe preocupada com a incompetência do menino, a comprovar os vários conselhos públicos sobre a forma de gerir o clube que lhe puseram nas mãos. Mais um Ferrari, desta vez no Lugar de Cima. Um clube que tem como  presidente alguém que só pensava com os pés será como uma lagartixa que se acha um jacaré. Ou mesmo, confundir a águia a uma galinha com testosterona. A Porta Dezoito foi pródiga nessas alucinações...

Por outro lado, não devo ser eu a lidar com o senhor Rui Santos - o grande moralista do futebol português - mas sim os órgãos sociais do meu Clube, no pressuposto que entendam a personalidade autónoma deste em relação aos seus próprios órgãos. Caso entendam estarmos perante uma situação de injúria para com o Clube e, indirectamente, uma difamação disseminada a todos e a cada um dos seus adeptos. No mínimo, um direito de resposta naquele canal e noutros justificar-se-ia, mas creio que o Eng.º Rui Alves estará mais preocupado com outras coisas do que com este «circo mediático». 

É ainda de estranhar que a Liga fique em silêncio, pois se a memória não me falha, imediatamente antes do início desta época foi a própria Liga - ou uma entidade equiparada - que atribuiu ao nosso Estádio um prémio de excelência. Esteja o «amigo da Madeira Nova» descansado que não se tratada «daqueles» prémios do Turismo...

Quantos às circunstâncias da vida, esta - pelas melhores e piores razões - ensinou-me uma coisa: «a causa é consequência da causa». Isto para dizer que toda esta conversa de nevoeiro criou, aqui sim, uma nebulosa mental que faz esquecer a verdadeira causa em apreço.

Nada disto sucederia se, ao contrário do que estava expressamente consignado na escritura de doação do Estádio dos Barreiros à Região, este não tivesse sido «doado» ao clube do regime da Madeira Nova. E sobre isto o «amigo da Madeira Nova» prefere lançar o bumba e fogo de artifício - também pago pelos madeirenses a peso de ouro por oito minutos - em fez de comentar. Isto parece, sempre com o devido respeito, um caso de «fanatismo por omissão». Dá jeito que caia no esquecimento.

Mas tenho uma novidade: essa doação está ferida de nulidade e não prescreve, ou seja, pode ser invocada a todo o tempo. Portanto, quando este regime mudar - e aqui, como actual independente, espero que partidos como o JPP, o ADN e o PTP saibam ser sérios, parecer sérios e manter-se sérios na mudança que estará a chegar - estou em crer que os dirigentes dos clubes, actualmente «amordaçados» à conta de um torniquete financeiro, terão os seus gabinetes jurídicos a preparar uma acção judicial de nulidade dessa doação ao clube que também não deveria ter saído do Almirante Reis.

Por isso não durmam descansados porque o outrora Caldeirão transformado em caixote da Madeira Nova, à conta dum «calabote», voltará a ser de todos. 

Esta é questão essencial por resolver e, como acima referi, a causa primeira de toda a celeuma criada.

Por fim, o argumento do anonimato do meu «amigo da Madeira Nova» não parece fazer sentido, pois o que ele fez precisamente foi deixar de debater os argumentos e contra-argumentos e passar a pessoalizar, a partir do momento em que me acusou de fanatismo e, refinando mais tarde, de teimosia. 

Não tenho medo de rasteiras e vou dar-lhe nota duma coincidência que sucedeu comigo às oito e trinta da manhã do dia seguinte ao do anúncio da grande Manifestação da Quinta Vigia em defesa das Crianças por mim promovida e que, uma vez mais, na edição em papel, o DN Madeira omitiu: a essa hora é meu hábito ir ao Forte de São Tiago dar o meu mergulho. Estava o Forte ainda encerrado ao público e de cima atiram-me calhaus na tentativa de me atingir. E não foi uma única vez. 

Não bastasse, estive nove dias sem electricidade em casa, com a conta paga. E todos os produtos de frigorífico impróprios para consumo. Carreguei o telemóvel na via pública para ter oportunidade de reclamar. Quando enviei um e-mail a dizer que se continuasse sem luz em casa iria emitir uma factura de mil euros por cada doze horas de demora na resolução, chegou quase de imediato uma equipa de intervenção que teve a gentileza de fazer duas coisas: mostrar o seu ipad com a expressa nota da gerência a dizer para NÃO RESOLVER esta situação e depois, de modo a que não mais cortem a luz pelo exterior, transformaram o contador trifásico em monofásico. 

Poderia ainda falar de outras patifarias, mas fico-me por aqui. Estou sobretudo grato por tudo e a Deus que me acompanhou diariamente e não me deixou vergar às, como bem disse, circunstâncias da vida. 

Acha, face ao partilhado, que me assusto com uma rasteira? 

A acompanhar o abraço que renovo, um agradecimento pelo destaque que me quis dar como se de uma figura pública me tratasse. Noutras circunstâncias seria uma honra, mas, em boa verdade, quem é que, em consciência e decoro, deseja estar entre um grupo com figuras públicas que são arguidos inclusive por crimes contra o próprio Estado? Eu não, muito obrigado.

E também para que não haja confusões e «invejazinhas» de paróquia, o meu interesse no CD Nacional é o de mero adepto de futebol - faça chuva, sol ou nevoeiro... até ao nosso legítimo regresso aos Barreiros... - e das modalidades que o Clube proporciona. Não tenho ambição de poder, nem tempo, pois estou a escrever três livros de temáticas diversas além de dar «alojamento local» - sem placa na porta - a gatos independentes - jamais errantes, pois os errantes somos nós, Humanos - por esterilizar, muitos de nós também... - com os elevados custos associados ao «negócio da esterilização», estranhando a propósito o silêncio do Provedor do Animal. 

Já agora, alguém disponível para uma adopção com responsabilidade? Dava jeito...

Partilho para ilustrar este meu escrito final desta «novela do Nevoeiro», uma fotografia com um felino recolhido no incêndio do Curral das Freiras e que, muy justamente, foi baptizado de Labareda, que perdeu um olho, o qual passa o dia a meu lado deitado na secretária de apoio por cima dos livros de consulta. Mais uns meses ganhará um bacharelato na minha «Diversidade Sénior»... bem, se o Sócrates foi «engenheiro» e mandou fechar a faculdade para que não se investigasse a legalidade do seu título académico... 

Pedro Marques de Sousa

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira
, 8 de Outubro de 2024
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