Abandono Problemático!


J á se tornou cultural deixar pessoas com alta nos hospitais, outra normalização do errado na Madeira, e já um problema de saúde publica. Camas ocupadas por hospedagem e não de tratamento. Quase que se pode equiparar a um crime contra a humanidade. O cúmulo é deixar utentes em hospitais porque assim “eles lhes arranjam um lar” mais depressa. O povo encontra soluções para o desgoverno.

Mas, imagine o caro leitor do CM, que à porta da sua casa deixam um bebé dentro de um cesto. Logicamente que, perante uma situação destas, que configura abandono de uma pessoa frágil e indefesa, primeiro acolhemos o bebé, bem agasalhado e providenciamos o seu conforto e então que fazemos? Contactamos as autoridades policiais que depois encaminham o caso para os recursos da comunidade, sociais e jurídicos.

Ora, as pessoas deixadas nos hospitais, frágeis e indefesas, são entregues à responsabilidade do hospital, ficam ao cuidado dos hospitais públicos, neste caso configura um tipo de “abandono com face”, que as estruturas hospitalares são obrigadas a assumir, uma responsabilidade que não é sua nem faz parte do seu objeto social garantir.

Pode configurar uma eventual desresponsabilização grosseira da família, ou inclusive, uma forma de colocar uma empresa pública a resolver um problema que não é seu, nem lhe pode ser assim imposto, mas, entretanto, o hospital, garante conforto e cuidados de saúde. Ficam assim, à guarda do hospital sobrecarregando o orçamento que é destinado à saúde e ao tratamento das doenças. É neste particular que determinadas responsabilidades têm de ser assumidas por alguém, que represente legalmente o utente na condição de alta problemática.

Estas situações conhecidas por “altas problemáticas”, teriam que obrigatoriamente ser do conhecimento dos recursos da comunidade com poder social e jurídico, a fim de se defender também, os interesses da pessoa na condição de “alta problemática”, elaborando um respectivo processo de investigação, afim também de se proteger a empresa hospital dos prejuízos e, em simultâneo, ser nomeado um tutor pelo tribunal destas pessoas, as quais seriam responsabilizadas por gerir o seu património e assumir responsabilidades no acompanhamento. Seria a resolução do problema social, com o assumir de determinadas responsabilidades para garantir conforto e qualidade de vida, em tudo o que o hospital não pode fornecer nem adquirir. 

É que um dia o dinheiro vai acabar.

Hoje, ainda se debate a quem se deveria imputar estas despesas do foro social e da segurança social, já que uma diária de uma cama hospitalar nada tem a ver com uma diária de um lar de terceira idade. O prejuízo provocado na atividade produtiva do hospital é fortemente afetado e agravando, listas de espera por indisponibilidade de camas, entupindo serviços de urgência, todos sem capacidade de internar os utentes urgentes e emergentes.

É mais do que certo e sabido que, se os hospitais procedessem como se procede no abandono de um bebé á porta de alguém, com um procedimento normativo interno que orientasse o serviço social para uma obrigação de dar conhecimento aos serviços competentes e do foro da justiça, mais de 70% das pessoas na condição de alta problemática voltavam ao seu habitat habitual e existiria menos abandono, exigindo uma maior participação da família. 

É hoje, infelizmente a mercantilização da saúde e do social, que tornou a abordagem desta problemática muito ligeira, fechando-se os olhos a muitas injustiças e inclusive a uma violência sobre os seniores inadmissível: basta estarmos atentos aos negócios escuros que envolvem as respostas a toda esta problemática da terceira idade.

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda feira, 16 de Dezembro de 2024
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