Depois do primeiro projecto de navio ao fundo...
A h, as famosas torres do Tecnopolo! Um projeto digno de encher o peito, afinal, será a nova casa da ARDITI e da Startup Madeira. Enquanto isso, o burburinho sobre a ARDITI não para, com as suas incontáveis maneiras de gastar dinheiro de forma, digamos, criativa. O "The Future Is", por exemplo, foi um espetáculo à parte — uma verdadeira ode ao "o que faremos com este orçamento gigante?". Mas, calma, deixemos a ARDITI de lado por um momento e vamos falar sobre a Startup Madeira. Porque, sim, esta entidade também merece o seu brilho na passadeira vermelha da gestão exemplar.
Decidi dar uma espreitadela no Base para ver que maravilhas a Startup Madeira anda a realizar. E, claro, não fiquei desiludido: logo de cara, encontramos pérolas como 16.000€ para uma revista que, sinceramente, ninguém lê. Ah, mas isso não é nada! Que tal 70.000€ para subcontratar uma empresa para organizar uma ação em nome da própria Startup Madeira? Sim, senhor, inovação é mesmo isto: delegar ao máximo enquanto desfrutamos do rótulo de entidade visionária.
E por falar nos 70.000€... foi difícil não reparar. Afinal, estamos a falar do H-INNOVA, um "Hub" onde a Startup Madeira ostenta o título de Diamond Partner. E quem é o promotor deste incrível "hub"? A empresa Premivalor, claro. Ora, agora o que é verdadeiramente brilhante: para organizar uma ação deste "hub", a Startup Madeira resolve contratar o promotor por 70.000€ para fazer o trabalho. G-E-N-I-A-L! É como se eu pedisse a um pintor que pintasse a minha casa e, no final, lhe pagasse para me ensinar como escolher as cores. Mas não consigo evitar a questão: será que esta gente descobriu uma forma de lavar dinheiro? Porque, sinceramente, não vejo outra explicação para esta lógica brilhante de contratar o próprio promotor para executar ações do próprio "hub". E isto não acontece só uma vez, atenção! Já houve várias destas ações ao longo dos anos.
O mais curioso? O formato das várias ações desta empresa é sempre o mesmo, com direito a oradores e convidados que se repetem evento após evento. Honestamente, sendo tudo tão previsível e padronizado, não deveria ficar mais barato ao longo do tempo? Afinal, não estamos a falar de inovação de verdade, mas sim de uma fórmula reciclada, onde a única novidade parece ser o número no final da fatura.
E há mais! O contrato no Base é um autêntico hino à eficiência: os nomes dos constituintes do contrato foram substituídos por "xxxx". Isso mesmo, xxxx. Provavelmente, alguém se esqueceu de mudar os placeholders no copy-paste de contratos anteriores. Mas, quem se importa com estes detalhes insignificantes, certo? O importante é que as ações aconteçam, independentemente de quem as organize... ou de quem seja pago para organizá-las. Afinal, os verdadeiros inovadores são os que sabem onde não gastar o seu precioso tempo.
Por isso, meus caros, da próxima vez que ouvirem as palavras inovação e Startup Madeira na mesma frase, lembrem-se: inovação é delegar, e gastar uns bons milhares no processo. E quem sabe, da próxima vez, até façam uma revista sobre isso... que ninguém vai ler.
Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 10 de Dezembro de 2024
Todos os elementos enviados pelo autor.
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira
0 Comentários
Agradecemos a sua participação. Volte sempre.