Poema de Natal


F oi lido pelo Albuquerque diante do presépio na casa do bispo Brás, que compungido pela sinceridade e honestidade do texto como que voava pelos ares angelicais daquele Paço Episcopal. Leu assim o «crente» mais ilustre da «Madeira Nova»:

Menino Jesus, que és honesto
Quando eu não sou,
Não te trago nada
Porque daqui também não levo nada
Senão palavras.
Sou um poema,
Diante de Brás,
Bispo que nada faz,
Senão defender-me,
Do caos que prego,
E não nego tal entendimento
Nele me aninhei,
Não pago nem pagarei,
Estou sem provento,
Os reis não trouxeram o orçamento,
Perdi a devoção.
Sr. Bispo não lhe pagarei,
Aqui fica mais uma vez
Aos seus pés,
Este carvão,
Apagado,
Sem calor de que vos aqueça,
Com ele me descargo do compromisso:
És divino, meu menino,
Eu sou humano,
Por isso, peco!
Pois não há honestidade em mim que te mereça.

Nota final: Contam que o pobre bispo, coitado, depois deste festim de campanha eleitoral, escolheu atormentar um santo, ao invés de inquietar os patifes que o rodearam nesta vulcânica poesia de Albuquerque. 

Enviado por Denúncia Anónima
Segunda feira, 16 de Dezembro de 2024
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