O Correio da Madeira (Opina Madeira), esse último reduto da liberdade de expressão na Região, trouxe um facto que desmonta qualquer ilusão sobre a transparência e a ética na política madeirense: Miguel Albuquerque é também Boca de Jarra (link). Ou seja, a mesma pessoa, duas contas nas redes sociais, dois estilos distintos, mas um objetivo comum – manipular a opinião pública. Uma conta para ser moderno e popular, tirar fotos, fazer vídeos com pombas, enganar com promessas e conquistar votos. A outra para perseguir adversários, insultar críticos e espalhar insinuações manhosas. Tudo pago pelo mesmo cartão.
E agora a questão que ninguém quer responder: quem paga? O próprio Albuquerque? Pouco provável. Se os conteúdos são feitos pelos assessores pagos pelo governo, dificilmente será ele a financiar do bolso. Será o PSD? Se for, temos um escândalo dentro do próprio partido, pois significa que a estrutura foi transformada numa máquina de propaganda interna para atacar militantes que já foram silenciados com a famosa matrafada nos estatutos. Mas se for o governo, então estamos perante algo ainda mais grave: a utilização do dinheiro público para alimentar a campanha eleitoral de Albuquerque e a sua rede de ataques anónimos.
A ironia é gritante. Albuquerque e o PSD passaram meses a queixarem-se de denúncias anónimas e de casos judiciais fabricados na sombra. Mas afinal, usam exatamente o mesmo expediente para manipular e perseguir. Então, em que ficamos? Se atacar anonimamente é tão condenável, por que razão o fazem? E agora que foram apanhados, qual será a desculpa? Vão dizer que é tudo invenção da inteligência artificial? Que esta realidade não existe? Que isto é um delírio da oposição?
E onde estão os partidos políticos? À beira das eleições, ninguém parece interessado em comentar o assunto. O silêncio é estratégico – ou por medo de retaliação, ou por conveniência. E os meios de comunicação social? O senhor padre do Diário não devia abrir uma investigação séria ou um fact check sobre este esquema ou o dono do jornal e o dono da mulher no seu tachinho na Câmara do Funchal não deixam? O jornalismo independente é só para os temas que não incomodam o poder?
E o que tem a dizer o opositor interno que desde que foi silenciado nunca mais se ouviu? Desde que inventou-se qualquer coisa para calar 540 militantes, nem um pio. Foi engolido pelo sistema ou percebeu que lutar contra isto é perder tempo? E já agora, onde anda Élvio, que tanto falava em papelinhos e denúncias sem medo? Já foi neutralizado, como sempre fizeram à oposição, e por isso nunca conseguiu derrubar o regime? Está com medo de afirmar como alternativa? Anda a correr o campo e a cidade para mudar o regime? Ou anda escondido em Gaula para não incomodar o sistema?
Se ninguém neste país faz alguma coisa para travar este estado gritante de impunidade, então que sejam os eleitores, no dia 23 de março, a acabar de vez com esta pouca vergonha que todos veem e que já nem se consegue esconder. Porque, a cada dia que passa, fica mais claro que o sistema não se muda por dentro – muda-se nas urnas.
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025
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