Contrariando as candidaturas “naturais”…


A mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro. John Kennedy

A mudança é o conceito chave da democracia. Ter a capacidade de mudar quando todos te dizem para ficar quieto, para deixar estar. As águas que não se agitam tendem a ficar estagnadas e nesse processo tendem a apodrecer.

O processo de “sucessão” autárquica em Santa Cruz tinha tudo para ser polémico. De um lado temos uma candidata assumida ao cargo que encara esta sua pretensão como algo “natural” depois de ter trabalhado durante 3 mandatos com Filipe Sousa. Do lado positivo desta candidatura tem esse conhecimento sem dúvida. Por outro lado, essa experiência é a formatação que lhe tolhe a inovação. Acresce a isso uma incapacidade de delegar seja o que for, que torna um inferno a vida de todos os que trabalham com ela. A agenda é a dela ponto final!

Do outro lado, agora clarificada a escolha do JPP, temos Paulo Alves, deputado e Presidente da Junta de Santa Cruz. Tem um perfil diferente, imprimirá uma gestão autárquica necessariamente diferente, sem fugir à matriz popular do partido. A pergunta é, mudar é assim tão descabido?

Numa terra onde se eternizam no poder sempre as mesmas personagens, a maioria tenderá a seguir o modelo de “ficar tudo como está”, até porque “por melhor ninguém espere”.  Ironicamente a trajetória do JPP contraria esse modelo. Até em Santa Cruz. A vitória do partido no concelho trouxe uma mudança que libertou a autarquia de uma gestão ruinosa às mãos do PSD. A mudança refrescou os ares da política concelhia e Filipe Sousa, contrariando todas as expectativas, soube levar o barco a bom porto, tornando Santa Cruz num dos mais atrativos concelhos para viver e investir. Tudo isto foi possível com a MUDANÇA que o sufrágio do povo ditou.

Da mesma forma, esta mudança de protagonista camarário, decidida pelos órgãos do partido, vai ajudar a refrescar um município que começava a acusar o desgaste político de 12 anos à frente dos destinos de Santa Cruz. 

Compreende-se alguma frustração de quem se acha “candidata natural” ao cargo, mas o tempo das candidaturas naturais já era. Lembra o mofo das monarquias!

Os jornais do regime salivam com esta mudança de protagonistas, mostrando sem pudor, as suas preferências. Caso para dizer “os cães ladram, a caravana passa”

Citando o Professor de Literatura e poeta Fernando Teixeira de Andrade, “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já têm a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”

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