A Riviera do Atlântico: Albuquerque parece Trump, expulsa os naturais para as negociatas imobiliárias.


Governo Regional está a expulsar madeirenses
para fazer da Madeira um resort para ricos.
Estamos condenados a ser os ciganos
deambulantes do Atlântico?

É absolutamente revoltante e insustentável o que está a acontecer na Madeira. A habitação, que devia ser um direito básico, tornou-se um privilégio inacessível para quem aqui nasceu e cá trabalha. Enquanto o valor mediano de avaliação bancária no País já é, por si só, um escândalo, fixando-se nos 1 866 euros/m², na Madeira esse valor dispara para 17% acima da média nacional, num território com rendimentos significativamente mais baixos. Isto não é apenas um desequilíbrio. É um atentado social.

O que se está a viver na Madeira é a consequência direta de uma bolha imobiliária alimentada pela especulação desenfreada e pelo turismo desregulado, que transforma bairros inteiros em parques temáticos para turistas e investidores, enquanto expulsa os próprios habitantes para as periferias ou, pior ainda, para fora da ilha. Isto é o regabofe das imobiliárias que aparecem como rent-a-cars, um negócio onde nada investem, vendem o que é dos outros e ganham uma margem.

Jovens casais, mesmo com trabalho estável, são simplesmente empurrados para a exclusão residencial porque não conseguem competir com uma realidade absurda: grupos de 10 a 15 trabalhadores estrangeiros, explorados como mão de obra barata, amontoados numa só casa para partilhar rendas que nenhum agregado familiar tradicional, de casal e filhos, consegue suportar. Não se trata de xenofobia, mas de um modelo económico cruel, que empilha pessoas e cria guetos, ao mesmo tempo que asfixia a classe trabalhadora local.

A política habitacional está ausente ou cúmplice e não é derramando dinheiro do PRR na construção de habitação acompanhado de semânticas onde não está a "custos controlados" que isto vai melhorar, é simplesmente mais lenha com os preços a subir na venda e no arrendamento. Há uma total falta de regulação do alojamento local, ausência de controlo sobre quem compra e por quanto compra, e uma conivência escandalosa com interesses imobiliários que lucram com a destruição da coesão social. A pergunta é: para quem está a ser construída a Madeira? Certamente não é para os madeirenses.

A ilha tornou-se um destino de luxo para quem vem de fora e um inferno de renda para quem cá vive. Um povo desalojado da sua terra, sacrificado em nome do turismo e do lucro fácil, é um povo traído. É urgente travar esta tendência com medidas sérias: limites ao alojamento local, políticas de habitação acessível, penalização da especulação e prioridade absoluta à habitação para residentes.

Não é progresso quando os filhos da terra são forçados a abandoná-la. É colonialismo moderno disfarçado de desenvolvimento económico. E é tempo de dizer basta.

Aguardo por mais um vídeo de descaramento do Miguel Albuquerque a defender coisas indefensáveis, ele foi eleito pelos madeirenses e não pelos estrangeiros para governar a Madeira e não para governar os amigos. É destas coisas que me fazem pensar se os madeirenses estão com juízo.

Hoje em dia, basta viajar para ver, o custo de vida e da habitação é largamente mais baixa na larga extensão da Europa. É uma vergonha o que se está aqui a passar, mas parece que todos são assessores e técnicos especialista do Governo Regional para o pacote "emprego e casa".

Estou louco para espairecer um pouco na serra numa aprazível deslocação de carro. 👿

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