O "momento" da JPP


B om Dia, venho falar da escolha autárquica do JPP em Santa Cruz, o seu bastião e génese do partido. Não creio que as escolhas sejam de ânimo leve e sabem mais do que eu que é o filão que o PSD procura para tentar quebrá-los. O PSD apresenta Savino Correia, o JPP apresenta Paulo Alves. Desculpem-me os outros mas a guerra está nestes dois para liderar a câmara. Se repararem, o escolhido do JPP veio depois do escolhido do PSD.

Julgo que esta decisão do JPP não é de agora, vem da pré-campanha e campanha eleitoral para as Eleições Regionais de 2024, onde vindo de um resultado de 14.933 votos (11,03%) de 2023 cresceu para 28.981 votos (21,32%), mas onde a candidatura às Regionais da JPP incredulamente sofreu hostilização da equipa camarária da CMSC. Até parecia que não queriam o sucesso do JPP nem eram do mesmo partido. Entre eles, estava o ex CDS com ambições que também joga pela direita, o irmão do big chefe do JM, a ex jornalista do DN agora assessora na CMSC. Na altura, talvez pelo ambiente mais democrático, do que por exemplo o PSD, ninguém se manifestou, nem da candidatura nem da vice da CMSC. Foi um "bocca chiusa" na boa tradição da máfia no bom sentido.

Nessas Regionais em que o JPP dá um salto, o que se percebe é que o trabalho parlamentar foi valorizado pelo eleitorado apesar das confusões internas. Seguiram-se as eleições deste ano e o resultado do JPP foi ainda melhor 30.094 votos (21,05%)... um parêntesis, deve-se ver os votos e nunca as percentagens, como vê são enganadoras. O "Grupo Toupeira" dos jornais e do PSD fez o "bocca chiusa", talvez pela proximidade das Autárquicas. Sem ninguém falar, julgo que é tácito e lógico que o JPP, reconhecendo os erros do PS em matéria de toupeiras, alimentadas pelos jornais, completamente complacentes com a estratégia do PSD, não quis tolerar e ir por aí. As toupeiras manifestam-se na pior altura porque têm mais do que um caminho...

Também não deve ser estranho a decisão e o alvoroço que foi os parques pagos no Caniço de Baixo/ Reis Magos que atingiu a classe trabalhadora.

Julgo que o que se passa neste momento é que as toupeiras recebem um apoio interesseiro mas, sonega-se que o Paulo Alves, enquanto Presidente de Junta, era próximo, afável, as pessoas gostavam dele. Talvez a candidatura natural seja do interesse do poder porque fez inimigos que se vão manifestar nas próximas Autárquicas. E Paulo Alves é o popular caladinho. A ver vamos a razão determinada nas próximas Autárquicas. Sabendo a JPP que Santa Cruz é seu bastião, deve ter ponderado na decisão e que a decisão por um voto mostre que o partido é diferente dos outros. Eu vejo o JPP a ser muito mais pragmático, ao estilo do PSD, será que vai ter o mesmo sucesso eleitoral? Nunca se esqueçam do que os jornais perseguem para sobreviver, satisfazer e estar em graça com o poder, e do que a JPP está a fazer, decidir com os elementos que tem e que não são do conhecimento público. Por isso decidi escrever o que penso. 

Outra coisa que me impressionou esta manhã, há ambientalistas que não se manifestam contra agressões ambientais e projectos nefastos à natureza, não contrariam o Governo Regional e depois vêm falar de política Autárquica no interesse do PSD? Sou levado a acreditar que, como o madeirense vota por interesse, que deve andar por aqui algum apoio material e financeiro garantido. E o que vier a ser eleito não prossegue?

Aguardemos serenamente por mais atitudes que esclareçam mais o contexto. Termino dizendo que a vice tem um valor que não se pode perder, mas que agora vamos perceber pela sua atitude... o caminho que vai escolher. Está nas suas mãos perceber a situação e também de que o JPP também cuidou do seu futuro nas últimas regionais...

Paulo Alves é o militante número 3 do JPP, todas as candidaturas têm os mesmos resultados possíveis, aguardemos pelo desempenho do candidato, das forças vivas, das toupeiras, do jornalismo e do PSD com os coros que consegue nas suas hostes e na oposição. Sabemos que o PSD sabe trabalhar as mentes dos madeirenses, que cresceu nas últimas eleições e que está no seu osso mais duro de roer: Santa Cruz. 

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