Universidade da Madeira e a arte de inventar cursos e ocupações

Os "terroristas da rede" vão ter curso superior?

O ra cá está ela outra vez, a Universidade da Madeira sempre a surpreender, qual artista de rua a fazer malabarismo com dinheiros públicos e cargos inventados. A nova pérola? Um Curso de Pós-Graduação em Comunicação Digital. Uau! Nunca ninguém pensou nisso! Originalidade a transbordar como copo de sangria mal servido.

Mas não sejamos precipitados… Afinal, esta obra-prima académica não nasce por acaso. Há um plano, subtil, silencioso, quase genial, contratar professores para cursos que não têm alunos e depois inventar formações só para lhes encher o horário. É uma espécie de Sudoku académico com regras próprias. Na dúvida, preenche-se com “Comunicação Digital” e fé em Deus.

Claro que isto levanta questões. Por exemplo, será que o curso foi criado para responder a uma necessidade do mercado, ou apenas à necessidade de justificar mais uns contratos? Pergunta retórica, não se incomodem a responder. A resposta já veio impressa com o carimbo da reitoria e o selo do faz-de-conta.

E que gestão brilhante, senhores! Contratar primeiro, planear depois. Enquanto outras universidades analisam dados, fazem estudos de mercado e ouvem os estudantes, na Madeira basta olhar para o relógio do professor e perguntar “Tens horas livres? Pronto, vamos abrir um curso.”

Chamem-me cínico, mas isto parece menos ensino superior e mais encenação de uma peça de teatro amador, com orçamento estatal e plateia vazia.

Senhor Reitor, continue assim. Está no bom caminho… para transformar a universidade numa escola profissional de ocupação criativa.